Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:
seloNegócios

Qual o futuro da dona da Havaianas nas mãos da J&F

A controladora da JBS fechou a compra do controle da Alpargatas por R$ 2,67 bilhões, negócio antecipado por EXAME na noite de ontem

Modo escuro

Continua após a publicidade

	Alpargatas: antes de mudar de controle, empresa vendeu Tooper e Rainha para o grupo de Carlos Wizard
 (Divulgação)

Alpargatas: antes de mudar de controle, empresa vendeu Tooper e Rainha para o grupo de Carlos Wizard (Divulgação)

T
Tatiana Vaz

Publicado em 23 de novembro de 2015 às, 16h29.

São Paulo – Quinze dias antes de fechar a venda da Alpargatas para a J&F, por R$ 2,67 bilhões, antecipada por EXAME, os controladores da companhia venderam as marcas Topper e Rainha ao grupo do bilionário Carlos Wizard.

Na transação, de R$ 48,7 milhões, o dono da Mundo Verde e Ronaldo Academy, afirmou que o negócio aconteceu porque a Alpargatas queria focar em sua maior marca, a Havaianas.

A mesma resposta foi dada na época pelo presidente da empresa, Márcio Utsch.

“Havaianas é a responsável por metade do nosso faturamento”, disse o executivo. “Sabemos que podemos explorar muito mais a marca e é o que faremos”.

Os planos da companhia para a chinela que se tornou referência do Brasil em vários países, era a de expansão internacional e diversidade de produtos.

Vendida no país em 150.000 pontos comerciais, a marca ganhou novos itens nos últimos anos – além de novas versões, sapatos e acessórios entraram para o portfólio.

A intenção era a de estender os itens Havaianas ainda mais a partir deste ano. Óculos da marca começariam a ser vendidos a partir do segundo semestre de 2016, por meio de um acordo com a Safilo.

A parceria de licenciamento entre as duas, fechada em setembro, permite que a fabricante italiana produza e venda óculos Havaianas para vários países até 2021.

Outras frentes

Para a Osklen, o plano era de aumentar as vendas por meio de lojas multimarcas no país, além de começar a produzir roupas femininas.

Atualmente, a marca está presente em cinco países e com lojas próprias em Nova York e Miami, nos Estados Unidos. A intenção também era de, aos poucos, torná-la mais global.

Com o dólar mais alto, outro plano era o de começar a produzir a marca Mizuno nas fábricas da Alpargatas no Brasil até 2017.

“Temos como expandir nossa capacidade produtiva com novos turnos e faremos isso até lá”, contou Utsch.

Nos próximos dois anos, a empresa ainda seguirá fabricando os tênis Topper e Rainha, de forma terceirizada. Planos que devem seguir sem alterações com a mudança de controle.

Da fábrica ao varejo

JBS e Alpargatas são negócios distintos, com estratégias semelhantes em alguns pontos.

As duas, gigantes em seus segmentos, conseguiram um feito e tanto: apostaram em marcas e deixaram de ser apenas fabricante para atuar também no varejo.

Havaianas se tornou um ícone mundial, com direito a celebridades fazendo propaganda espontânea e uma equipe de 90 pessoas dedicadas a pensar na marca dentro da empresa.

Na mesma linha, a JBS apostou pesado na criação de uma marca de carne, a Friboi, para impulsionar seus produtos no país.

As iniciativas de uma e outra não deixaram de lado, claro, as exportações crescentes de ambas – um negócio que as protege de volatilidade e de um cenário interno ruim.

"Acreditamos que nossa experiência acumulada em operações globais e no desenvolvimento de marcas fortes irá impulsionar ainda mais a bem sucedida trajetória da Alpargatas" afirmou Joesley Batista, presidente da J&F Investimentos, por meio de comunicado.

Além da JBS, a J&F Investimentos controla Eldorado Brasil, o Banco Original, a Vigor e a Flora, fabricante de itens de higiene, limpeza e cosméticos.

Venda de ativos 

A Camargo Corrêa era a principal acionista da Alpargatas desde 1982 e afirma que agora irá “direcionar o foco para seu principal seguimento de atuação, que é o de desenvolvimento, construção e operação de Infraestrutura”.

A holding também é dona da empreiteira de mesmo nome, uma das 23 envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobrás, e fechou acordo de leniência para devolver R$ 700 milhões aos cofres públicos.

A venda da Alpargatas é consequência de tal cenário segundo o mercado. Outros ativos da holding, como uma fatia da divisão de cimento InterCement e na CPFL, também estariam à venda. 

Últimas Notícias

Ver mais
Transição verde: como a agência de fomento à exportação da Itália quer incentivar a agenda no Brasil

seloNegócios

Transição verde: como a agência de fomento à exportação da Itália quer incentivar a agenda no Brasil

Há 3 horas

Ceará deve se tornar um dos maiores produtores do combustível do futuro

seloNegócios

Ceará deve se tornar um dos maiores produtores do combustível do futuro

Há 3 horas

“O número de ciberataques tem crescido 20% ao ano”, diz a Huawei

seloNegócios

“O número de ciberataques tem crescido 20% ao ano”, diz a Huawei

Há 3 horas

Ele morou na rua junto com um cão. Hoje, faz R$ 8 milhões com pets cujos pais voltaram ao presencial

seloNegócios

Ele morou na rua junto com um cão. Hoje, faz R$ 8 milhões com pets cujos pais voltaram ao presencial

Há 6 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Ceará deve se tornar um dos maiores produtores do combustível do futuro

Ceará deve se tornar um dos maiores produtores do combustível do futuro

“O número de ciberataques tem crescido 20% ao ano”, diz a Huawei

“O número de ciberataques tem crescido 20% ao ano”, diz a Huawei

“A geração de energia caminha lado a lado com o desenvolvimento econômico”, diz Paulo Câmara

“A geração de energia caminha lado a lado com o desenvolvimento econômico”, diz Paulo Câmara

Desktop investe no interior e alcança 1 milhão de clientes de internet banda larga em São Paulo

Desktop investe no interior e alcança 1 milhão de clientes de internet banda larga em São Paulo

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais