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Montadoras americanas pedem US$ 34 bilhões de ajuda

GM e Chrysler afirmam que correm o risco de falir até o final do ano, se o dinheiro não for liberado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As três maiores montadoras americanas apresentaram ao Congresso dos Estados Unidos, nesta terça-feira (2/12), um plano de reestruturação que prevê 34 bilhões de dólares de ajuda. A cifra supera os 25 bilhões de dólares em que o socorro foi inicialmente estimado, no mês passado. A GM é a que requisitou o maior empréstimo - 18 bilhões -, seguida pela Ford, que pediu 9 bilhões, e pela Chrysler, com 7 bilhões. De acordo com o The Wall Street Journal, a GM e a Chrysler afirmaram que podem ruir até o final do mês, se o dinheiro não for liberado.

A GM disse que necessita de uma injeção imediata de 4 bilhões de dólares para manter as operações até o final do ano. Além dos recursos solicitados ao Congresso, a Chrysler e a Ford também pediram empréstimos do Departamento de Energia para apoiar o desenvolvimento de carros mais eficientes no consumo de combustíveis. A Chysler solicitou ao departamento 6 bilhões de dólares, e a Ford, 5 bilhões. As três gigantes do setor automotivo se comprometeram a acelerar o lançamento de veículos de alta tecnologia e mais econômicos.

A apresentação do plano de recuperação das empresas ocorre quando parte dos congressistas americanos já cogita a possibilidade de deixar as empresas irem à falência, o que significa que passariam a operar sob a proteção do Capítulo 11 da lei de falências do país. Sob essas regras, as montadoras sofreriam uma reestruturação, como na lei de recuperação judicial brasileira. Nos últimos dias, os parlamentares discutiram com especialistas o que poderia ser feito neste cenário. Uma das idéias é que o governo americano criasse um fundo de 40 bilhões de dólares para a reorganização da GM e da Chrysler -vistas como as mais ameaçadas de bancarrota. Ambas descartaram a opção de recorrer ao Capítulo 11.

Falência

Uma parte de Wall Street defende que a falência é a melhor opção para resgatar as montadoras, porque permitiria que emergissem da crise menores, porém mais competitivas. O United Auto Workers, principal sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva americana, também acredita que a GM pode ser forçada a se abrigar sob a lei de falências até o Natal, se nenhum recurso público for liberado em seu auxílio.

As montadoras divulgaram seus planos de reestruturação em meio a mais uma batelada de más notícias para o setor. As vendas de veículos novos, nos Estados Unidos, caíram 37% em novembro, para 746.789 unidades. É a primeira vez em várias décadas que o total mensal de vendas fica abaixo das 800.000 unidades, diz o WSJ. O desempenho anualizado indica um total de 10,18 milhões de unidades comercializadas, menos que os 10,8 milhões anualizados de outubro. As vendas da GM recuaram 41%; as da Ford, 30%; e as da Chrysler, 47%. O desempenho das montadoras japonesas no país também não foi melhor. A Toyota recuou 34% e a Honda, 31%.

Das três montadoras americanas, a Ford é a que aparentou menos urgência na obtenção de recursos. Em sua apresentação, a empresa afirmou que não necessita dos recursos federais imediatamente, mas solicitou os 9 bilhões de dólares em linha de crédito de baixo custo para ser usada no caso de a recessão americana se prolongar. A montadora estima que voltará a ter lucros em 2011. A empresa também enfatizou que vai acelerar o desenvolvimento de carros híbridos e movidos a bateria elétrica, cortar o número de distribuidores e reestruturar suas plantas para produzir veículos menores e mais rentáveis.

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