A operação brasileira da americana Kraft Foods, líder dos mercados de chocolate, refresco em pó, castanha de cajú, gelatina e suco concentrado, inaugurou seu complexo industrial oficialmente nesta quinta-feira (14/8), em Curitiba. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, estiveram presentes no evento, que serviu para formalizar o apoio da Kraft ao Programa Fome Zero.

A empresa não é a primeira a se comprometer com a iniciativa do governo. Uma das primeiras a aderir programa do governo foi a concorrente Nestlé, que doou 1 000 toneladas de alimentos em fevereiro deste ano.

O complexo industrial da Kraft - composto por três fábricas que já estão em funcionamento, destinadas à produção de chocolates, cream cheese e refrescos em pó - tem 237 mil metros quadrados e custou à empresa 120 milhões de dólares. O investimento foi feito ao longo dos últimos três anos. Com a inauguração do complexo, a Kraft finalmente centraliza em Curitiba a fabricação de chocolates. Até abril deste ano, uma pequena parte da produção de chocolates da empresa ainda saia da antiga fábrica da Lacta, em São Paulo, já desativada.

A fábrica destinada à produção de cream cheese irá atender ao mercado brasileiro e às exportações do produto para a América Latina. Segundo o argentino Gustavo Abelenda, presidente da Kraft do Brasil, a expectativa é que as exportações ocupem metade da capacidade de produção da fábrica, que ele não revela.

Mesmo com a queda de consumo de alimentos e bebidas - a última pesquisa do IBGE mostrou que o volume de vendas dos supermercados e hipermercados caiu cerca de 5% desde o início do ano - Abelenda afirma que a fábrica não ficará ociosa. "Ao contrário do mercado, nossas vendas não estão caindo", diz ele. Do início do ano até agora, a Kraft lançou 70 produtos. Mais 30 serão colocados nas gôndolas até o final do ano. Segundo o executivo, os novos produtos serão responsáveis por um aumento de 15% no volume de vendas da empresa este ano. No ano passado, a Kraft faturou 2,3 bilhões de reais.

Dos 4 000 funcionários que trabalharão no complexo da empresa, mais de 80% são da Universidade do Alimento (UAL), um projeto criado pela própria corporação, em parceria com o Senai. A UAL capacita profissionais para trabalhar na indústria de alimentos.