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Infraero fala em intervir na fusão Varig-TAM

Consultor afirma que empresa nascerá endividada, mas que a manutenção dos direitos dos funcionários será mantida

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

"Cada dia que passa fica mais difícil, ou vamos entrar mais duro, pensando até numa intervenção, ou então teremos dúvidas se a fusão vai acontecer", disse Carlos Wilson, presidente da Infraero, em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro. Para ele, a fusão está cada vez mais difícil e disse ter enviado carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo mais agilidade ao processo.

Segundo ele, a situação voltou a se agravar com a volta dos membros do Conselho dos Curadores da Fundação Ruben Berta ao poder. Liderados pelo presidente do conselho, Yutaka Imagawa, os membros da fundação (dona da Varig) voltaram ao poder após liminar judicial de 1o de julho. Wilson afirmou, porém, que é importante para o governo manter uma empresa como a Varig. "Ninguém conseguirá criar uma empresa com a credibilidade da Varig, que voa há mais de 75 anos", afirmou.

A fundação divulgou nota oficial nesta terça-feira (15/7), publicada pelos jornais nesta quarta (16/7) onde considera inaceitável o acordo proposto pelo Banco Fator, coordenador da operação, onde a Varig teria apenas cinco por cento da nova empresa que seria formada. Além disso, a nota dos curadores sugere que o governo devolva a dívida em tributos que a empresa alega ter a receber.

A fusão da TAM e da Varig vai absorver o débito do Aeros, o fundo de pensão fechado dos funcionários da Varig. A afirmação de Luciano Coutinho, professor de economia da Unicamp e consultor do Banco Fator, que coordena o processo de fusão, foi dada durante a reunião com deputados da bancada gaúcha na Câmara que avaliam a fusão. Segundo ele, essa seria uma forma de facilitar as negociações.

É um valor substancial, que não posso revelar por motivos de contrato. Mas a nova empresa vai preservar os direitos dos integrantes do Aeros , afirmou Coutinho aos deputados. Ele disse que as dívidas trabalhistas com os funcionários não serão assumidas. Segundo o consultor, haverá uma negociação com os trabalhadores da Varig.

Para Coutinho, não há caracterização de monopólio. Ele afirma que a nova empresa não terá mais que 65% do mercado e que as outras empresas áreas, Gol e Vasp, têm uma grande capacidade de concorrência. Temos que lembrar que a fusão trará grandes economias de escala e de custos administrativos, o que permitirá até a queda do preço das passagens , disse.

Outro ponto polêmico são as demissões. Uma estimativa de Coutinho, considerada excessivamente otimista pelos adversários da reforma, aponta para 5.000. Segundo o consultor, um plano de demissão será instalado e todos os direitos serão respeitados.

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