Ford lança novo modelo e espera lucro de US$ 400 milhões em 2003

O pontapé inicial para a reestruturação da Ford, que no último ano acumulou uma dívida de 5,5 bilhões de dólares, trouxe para o Brasil alguns dos principais executivos do grupo para o lançamento do novo Fiesta, o primeiro produto do projeto Amazon, da fábrica instalada no município baiano de Camaçari. O lançamento do carro aconteceu nesta quinta-feira (02/05) no complexo hoteleiro Costa do Sauípe, a 80 quilômetros de Salvador.

Nick Scheele, presidente mundial da Ford, disse que o projeto representa para o grupo na América do Sul "viver ou morrer". Acompanhado do vice-presidente mundial de finanças, Martin Inglins, do presidente da Ford para a América do Sul, Richard Cany, e do presidente da empresa no Brasil, Antonio Maciel Neto, Scheele disse que a Ford espera voltar a ter lucro a partir do projeto Amazon.

Segundo ele, analistas econômicos internacionais estimam que o grupo pode alcançar de 300 a 400 milhões de dólares de lucro ainda em 2003. O presidente mundial da Ford afirmou ainda que a empresa trabalha com a perspectiva de chegar a um lucro de 7 bilhões de dólares até a metade da década.

Até o final deste mês o novo Fiesta estará em todas as concessionárias Ford do Brasil a 18 990 reais. O preço, bastante competitivo, é resultado do baixo custo de operações da fábrica de Camaçari. "Não estamos praticando uma guerra de preços, apenas repassando para o consumidor o baixo custo operacional da fábrica", disse Scheele. O carro foi desenvolvido por um grupo formado por cerca de 200 engenheiros brasileiros, que trabalharam nos últimos três anos no projeto. Noventa porcento de seus componetes são nacionais e 60% foram produzidos na Bahia.

De acordo com Maciel Neto, o veículo irá fortalecer a posição do Brasil como uma plataforma mundial de exportação de veículos compactos. De 15% a 20% da produção será destinada aos mercados da Argentina e México. Até o final do ano deverá chegar à Venezuela.

Hoje, a Ford vende de 2,5 mil a 3,5 mil fiestas por mês no Brasil, e a expectativa é que este número quadruplique nos próximos meses. A Ford pretende elevar sua participação no mercado nacional de 8,3% para 15% até 2005.