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Custo do capital e volume de captações dificultam financiamentos externos

O maior desafio enfrentado pela Vale do Rio Doce para ampliar sua presença no exterior é reduzir o custo de obtenção de capital para financiar sua operação. A constatação é do diretor de relações com investidores da companhia, Roberto Castello Branco, que participou do seminário Internacionalização de Empresas Brasileiras, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O maior desafio enfrentado pela Vale do Rio Doce para ampliar sua presença no exterior é reduzir o custo de obtenção de capital para financiar sua operação. A constatação é do diretor de relações com investidores da companhia, Roberto Castello Branco, que participou do seminário Internacionalização de Empresas Brasileiras, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (14/7). A mineradora brasileira tem um custo médio ponderado quase 50% maior do que as grandes multinacionais do setor. Enquanto a Vale paga entre 11% e 12% de juros por ano, a taxa da Anglo American varia entre 8 e 9% e o da BHP Biliton fica entre 7% e 8%.

Para reduzir esse custo do capital, a Vale vem investindo na melhoria dos padrões de governança corporativa (um novo modelo foi implantado no final de 2001). Mas essa redução não depende só dos esforços da empresa. Para Castello Branco, o principal é a melhoria de indicadores macroeconômicos que fazem do Brasil um país de grande risco para investimentos externos. O fechamento da economia brasileira dificulta a captação no exterior , afirma o diretor. Ele cita que a proporção do fluxo de comércio exterior em relação ao PIB é muito baixa no país: 6,4%. Na Argentina e nos Estados Unidos, por exemplo, os índices são de 10,9% e de 19,8%, respectivamente. Ele também considera alta a relação entre dívida externa e volume de exportações: 3,5%, o que assinala uma economia fechada. Outro motivo, apontado por Castello Branco, que afasta os investimentos externos é a carga tributária. Ela é alta e está crescendo. Hoje fica em 35% , diz ele.

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Na Petrobras, a dificuldade para ter financiamento externo não é o custo do capital, mas o volume que precisa ser levantado. Temos um plano de investimentos ambicioso e vamos buscar quase metade do dinheiro no exterior , diz Gustavo Tardin, gerente executivo de planejamento financeiro e gestão de riscos da Petrobras. O novo plano estratégico prevê o investimento de 34,3 bilhões de dólares nos próximos cinco anos. Precisaremos captar 3 bilhões de dólares por ano no mercado internacional , diz Tardin. Para atrair esse capital, uma das medidas da empresa é reavaliar a gestão de seu endividamento. Estamos combinando o fluxo de caixa de ativos e passivos, gerenciando melhor nossa capacidade de endividamento e diversificando a carteira de credores , diz ele.

Outra intenção da empresa é criar um fluxo de caixa material em moeda forte: o objetivo é que 40% da receita venha de produção internacional e exportações em 2007. Hoje, essas fontes representam 10% a 12% do faturamento da estatal. Além disso, a Petrobras está procurando tornar mais transparente sua relação com os investidores por meio de, por exemplo, demonstrações financeiras mais claras e aperfeiçoando seu modelo de governança corporativa.

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