Negócios

CPFL investe R$ 47 mi para modernizar sistema de operação da distribuição

Expectativa é que nova plataforma propicie ganhos de eficiência nas operações das subsidiárias e ainda dê suporte à introdução de novas tecnologias

CPFL: vice-presidente explica que ainda não foi feita uma avaliação minuciosa dos potenciais ganhos de eficiência (Alexandre Battibugli/Exame)

CPFL: vice-presidente explica que ainda não foi feita uma avaliação minuciosa dos potenciais ganhos de eficiência (Alexandre Battibugli/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de maio de 2018 às 19h11.

Última atualização em 9 de maio de 2018 às 19h20.

São Paulo - A CPFL Energia vai investir R$ 47 milhões na implementação de uma nova plataforma de operação do sistema de distribuição de suas cinco concessionárias, localizadas em São Paulo e Rio Grande do Sul.

A expectativa é que a plataforma, a ser fornecida pela Schneider Electric, propicie ganhos de eficiência nas operações das subsidiárias e ainda dê suporte à introdução de novas tecnologias que deverão ser implantadas no futuro, como parte dos investimentos em redes inteligentes.

O vice-presidente de Operações Reguladas da CPFL Energia, Luis Henrique Ferreira Pinto, explica que ainda não foi feita uma avaliação minuciosa dos potenciais ganhos de eficiência, tendo em vista que estes também estarão relacionados com as novas tecnologias a serem selecionadas e que ampliarão o nível de automação das redes, mas indica que a nova plataforma, chamada Advanced Distribution Management Systems (ADMS), ajudará na redução das despesas operacionais e na melhora dos índices de qualidade como DEC e FEC (de duração e frequência de interrupção do fornecimento de energia elétrica, respectivamente).

"O nosso sistema atual está no limite e não comporta a automação pesada que queremos implementar", afirmou Ferreira ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), explicando que o investimento deve mudar a forma como os Centros de Operação do Grupo CPFL administram a rede elétrica.

A plataforma ADMS, disse, dará mais robustez para o sistema e ainda permitirá a integração de diversas ferramentas usadas hoje pelas distribuidoras na operação da rede para supervisão e telecomando de dispositivos e para gestão das interrupções e restabelecimento do fornecimento de energia.

Adicionalmente, a plataforma fornecerá outras ferramentas para análise e otimização do sistema de distribuição e subtransmissão, entre outras funcionalidades para aumentar o controle da rede e otimizar a operação.

O vice-presidente da divisão Energy da Schneider Electric, Julio Martins, destacou que a solução selecionada pela CPFL permite a integração e gerenciamento de sistemas independentes mesmo que sejam de diferentes fornecedores, facilitando e agilizando os processos de gestão.

"Com a plataforma, a companhia passará a ter uma base de dados unificada, em tempo real, que permitirá uma tomada de decisão com mais agilidade e mais pautada em informação segura. Como consequência, poderá melhorar a prestação do serviço, com redução de despesas", disse.

Ele também considerou que o sistema ajudará as distribuidoras no planejamento estratégico da expansão, para definição de futuros investimentos em novas instalações na rede.

A plataforma será implementada de forma gradativa nas distribuidoras do grupo, iniciando pelas maiores, como CPFL Paulista, para então chegar às menores. A conclusão da implementação do novo sistema em todas as concessionárias está prevista para 2023, embora Ferreira tenha antecipado uma expectativa de aceleração do cronograma.

De qualquer forma, a perspectiva é que o investimento possa ser incluído na base de ativos regulatórios das distribuidoras nas revisões tarifárias previstas para 2023. "Esse é um investimento relacionado à operação do sistema e prudente porque traz qualidade e eficiência, é o que a Aneel busca nas empresas", justifica Ferreira, defendendo que os desembolsos serão reconhecido na Base de Ativos Regulatórios (RAB, na sigla em inglês).

A adoção do ADMS está inserida no planejamento estratégico da CPFL no âmbito das iniciativas de automação, digitalização e uso de inteligência artificial, acompanhando a evolução do setor elétrico mundo afora.

Ferreira defendeu que a implantação desse tipo de plataforma é feita de forma pioneira pelo grupo no País, embora admita que outras distribuidoras de energia também estão estudando desenvolvimentos nesse sentido.

A Schneider Electric confirmou que, no que diz respeito à adoção da plataforma ADMS, a CPFL é a primeira empresa brasileira a apostar na solução, mas salienta que a solução já é utilizada por distribuidoras na Itália, nos Estados Unidos, no Canadá e na Dinamarca, entre outros países.

Acompanhe tudo sobre:CPFLEnergia

Mais de Negócios

Mappin: o que aconteceu com uma das maiores lojas do Brasil no século 20

Saiba os efeitos da remoção de barragens

Exclusivo: Tino Marcos revela qual pergunta gostaria de ter feito a Ayrton Senna

Ele começou com dívidas e cartões estourados – hoje sua empresa vale US$ 1 bi e tem apoio da Madonna