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Brasil salta de sexto para quarto maior produtor de celulose

País vai produzir 12,85 milhões de toneladas neste ano e ultrapassar Finlândia e Suécia

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O Brasil elevou sua produção anual de celulose em 7,1% em 2008 e saltou do sexto para o quarto lugar no ranking mundial do setor. Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o país vai produzir 12,85 milhões de toneladas da matéria-prima do papel e ultrapassará dois tradicionais produtores: a Finlândia (12,5 milhões) e a Suécia (12,4 milhões). À frente do Brasil, ainda vão permanecer os Estados Unidos (53,5 milhões de toneladas no ano passado), o Canadá (22,3 milhões) e a China (19,1 milhões).

As exportações brasileiras vão crescer 30,6% neste ano e atingir 3,95 milhões de toneladas. Para a presidente-executiva da Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes, o Brasil deve continuar a ganhar mercados nos próximos anos por ser o país mais competitivo do mundo no setor. A China poderia ser ultrapassada dentro de cerca de sete anos. "O Brasil é o primeiro do mundo em celulose de eucalipto, é o maior em florestas plantadas e também é líder em manejo florestal", afirmou Elizabeth. Os investimentos já previstos somam 21 bilhões de dólares até 2015 - e não foram atingidos pela crise. Ao final de 2011, mais da metade desse dinheiro já terá sido investido e elevará a capacidade brasileira de produção de celulose dos atuais 13 milhões para 17 milhões de toneladas.

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Analistas do setor acreditam que a decisão da Rússia de elevar gradualmente os impostos para suas exportações de madeira deverá levar ao fechamento de fábricas nos países nórdicos, abrindo espaço para o crescimento das exportações brasileiras. O Brasil produz celulose de eucalipto, que é bem mais produtivo que outras espécies como pínus e acácia. Além disso, o país conseguiu reduzir a utilização de combustíveis fósseis nas unidades de produção e hoje absorve em suas florestas o triplo do gás carbônico que despeja na atmosfera com a produção de papel e celulose. "Quando a crise acabar, teremos mais mercado do que temos hoje", diz Elizabeth.

Preços

Apesar das vantagens competitivas brasileiras, as ações das principais empresas do setor negociadas na Bovespa acumulam queda de até 80% nos últimos 12 meses. As fabricantes de celulose têm sofrido com a queda dos preços internacionais da fibra devido à expectativa de desaceleração da economia global. A tonelada de celulose, que chegou a valer quase 900 dólares em meados do ano, caiu para cerca de 650 dólares agora. Ainda assim é uma queda bem menor do que as apresentadas por outras commodities, como o petróleo.

Elizabeth afirmou que é preciso esperar para fazer uma previsão de preços para 2009. Neste momento, os grandes consumidores de celulose estão se desfazendo dos estoques para elevar o caixa. Ela diz, entretanto, que a China já começa a retomar encomendas. Neste trimestre, por falta de demanda, as fabricantes mundiais cortaram a produção em 2 milhões de toneladas. Desse total, 140 mil toneladas foram cortadas por quatro empresas brasileiras (Aracruz, Cenibra, Suzano, VCP). Em fevereiro, os clientes já estarão com os estoques bem baixos e então será possível verificar como está a demanda mundial pela fibra.

Para o quarto trimestre, a associação acredita que algumas das empresas possam voltar a apresentar prejuízo. Entre julho e setembro, as principais empresas do setor com ações em bolsa (VCP, Suzano, Aracruz e Klabin) tiveram prejuízos devido à alta do dólar. Como a moeda americana continuou a subir nas últimas semanas e já é negociada próxima de 2,50 reais, a expectativa é que novamente as dívidas em dólar pintem os balanços das empresas de vermelho. "Talvez haja mais prejuízos, mas isso é contábil. A alta do valor dos empréstimos em dólar será compensada pelo ganho de receita com as exportações, uma coisa mais que compensa a outra", afirmou o presidente do conselho deliberativo da Bracelpa, Horacio Lafer Piva.

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