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Às 2 horas da tarde na avenida Faria Lima, uma das principais de São Paulo, a advogada paulista Fernanda Guariba recebe uma ligação de Xangai. Na China já passa de meia-noite. Seu colega Zhang Xiao Qiang ainda está trabalhando na banca oriental do escritório brasileiro Noronha Advogados, que também tem subsidiárias em Portugal, nos Estados […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Às 2 horas da tarde na avenida Faria Lima, uma das principais de São Paulo, a advogada paulista Fernanda Guariba recebe uma ligação de Xangai. Na China já passa de meia-noite. Seu colega Zhang Xiao Qiang ainda está trabalhando na banca oriental do escritório brasileiro Noronha Advogados, que também tem subsidiárias em Portugal, nos Estados Unidos, na Argentina e no Reino Unido. Fernanda e Qiang são funcionários de um típico escritório da era da globalização, na qual os limites de espaço e de tempo são diluídos. O ambiente de trabalho se transforma numa espécie de microcosmo. Na sede, há várias salas que remetem a aspectos históricos e culturais dos países onde a banca opera. O salão de chá, usado na recepção de clientes, é em estilo inglês. A sala de almoço é decorada com as cores do Brasil. O escritório para fechamento de contratos foi decorado com motivos chineses, e a sala Nelson Mandela homenageia a África do Sul. O corpo de advogados é composto de seis nacionalidades.

É claro que a globalização tem um preço para os 180 advogados ligados à banca e espalhados pelo mundo. Em 1998, na sede em São Paulo, foi instalada uma cápsula de dormir -- um quarto de 6 metros quadrados com um beliche de alvenaria. Trata-se de um recurso para enfrentar as diferenças de fuso horário, comuns numa empresa cuja especialidade é costurar e fechar projetos e contratos internacionais. "Viramos a noite e, na manhã seguinte, temos de continuar o trabalho", diz Fernanda. É o fim dos tradicionais expedientes com início às 8 horas da manhã e término às 18. "Esse mercado está cada vez mais competitivo, com clientes mais exigentes", afirma Anna Luiza Boranga, coordenadora do curso Gestão de Serviços Jurídicos da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.

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Na sede do Noronha, outra maneira encontrada para racionalizar o trabalho -- e evitar prender os profissionais durante toda a noite -- é o fechamento escalonado, ou seja, os brasileiros terminam sua parte no horário normal e passam para Londres os documentos com todos os detalhes. A equipe inglesa, por sua vez, fica em contato com o próximo escritório na seqüência do fuso.

Isso só é possível graças ao tremendo avanço da tecnologia da informação. Uma mensagem enviada de São Paulo demora dois minutos para chegar ao escritório de Xangai. Todos os advogados têm acesso a biblioteca eletrônica, agência de notícias internacionais e a um banco de dados de jurisprudência e legislação. O intercâmbio entre os funcionários é constante. "Pela experiência, ficou comprovado que as negociações são mais bem conduzidas quando se tem um bom conhecimento das diferenças culturais", afirma Durval de Noronha Goyos Jr., sócio do escritório que naquele dia coordenava de Londres as atividades em São Paulo. "Temos de estar preparados para abrir as portas do mundo para os nossos clientes."

Noronha

ATUAÇÃO:
direito internacional

FUNCIONARIOS: 180

CONCEITO: globalização

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