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Presidente eleito do Peru quer apagar fracasso econômico

Alan García terá como maior desafio fazer a população se esquecer dos dias de inflação de seu primeiro mandato

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.

Apesar de ter realizado um mandato marcado por problemas econômicos e pela violência da guerrilha maoísta, Alan García, de 57 anos, ganhou cerca de 55,4% dos votos dos peruanos e o direito de presidir mais uma vez uma economia emergente em ascensão  (ou emergente ou em ascensão) , que deve crescer 5% em 2006. A escolha da população do Peru representou ainda um fracasso ao presidente venezuelano Hugo Chávez, que havia declarado apoio ao nacionalista Ollanta Humala, derrotado com aproximadamente 44,5%, de acordo com a última contagem.

Líder do país entre os anos de 1985 e 1990, García comandou um governo que não deixou saudades aos peruanos. Na época, suas políticas econômicas fizeram a inflação disparar, e ele tentou, sem sucesso, nacionalizar o sistema bancário do país. Além disso, não conseguiu combater a guerrilha do maoísta Sendero Luminoso. Depois de se ver reeleito, García fez um discurso aos peruanos pedindo desculpas pelo desastroso primeiro mandato que exerceu. "As pessoas votaram em nós, mesmo com as filas, mesmo com os problemas econômicos. Não vamos governar com paixões e impulsos como fizemos no passado. Precisamos pensar sobre os erros em um ato sincero de arrependimento", afirmou, de acordo com o jornal britânico Financial Times.

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Durante a campanha, García tentou caracterizar o rival Humala como uma marionete de Hugo Chávez, uma estratégia que se mostrou promissora. O presidente vizinho destinou seu apoio a Humala, insinuando que ele seria mais um a adotar os preceitos nacionalistas da cartilha seguida por ele mesmo, na Venezuela, por Fidel Castro, em Cuba, e agora pela Bolívia, com Evo Morales. Chávez chegou a chamar García de "bandido" e a ameaçar romper relações diplomáticas caso ele vencesse.

Humala, por sua vez, agradava a Chávez com suas promessas de campanha. Entre seus projetos estava o de elaborar uma constituição que permitira ao governo assumir maior controle sobre a exploração de recursos minerais - que rende um grande volume de recursos ao país - e de petróleo, hoje em grande parte nas mãos de multinacionais. Humala também anunciou a intenção de legalizar a produção da folha de coca no país.

Apesar de derrotado nas eleições presidenciais, o partido de Humala, União pelo Peru, conseguiu apoio popular suficiente para ganhar 45 das 120 cadeiras no Congresso peruano. O partido de Alan Garcia, Partido Aprista Peruano, ficou com 36 assentos, o que significa que o novo presidente não terá maioria no Congresso.

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