Mundo

Número 2 dos republicanos perde primária e promete renunciar

Derrota inesperada de Eric Cantor deixou o Partido Republicano em pânico nos Estados Unidos

Eric Cantor ao lado de John Boehner durante uma conferência de imprensa (Jonathan Ernst/Reuters)

Eric Cantor ao lado de John Boehner durante uma conferência de imprensa (Jonathan Ernst/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 21h52.

Washington - A derrota inesperada em eleições primárias de Eric Cantor, o segundo <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/republicanos">republicano </a></strong>mais importante na Câmara dos Deputados dos <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/estados-unidos">Estados Unidos</a></strong>, deixou o seu partido em pânico nesta quarta-feira, enquanto os mercados financeiros temiam a retomada das disputas orçamentárias que no passado causaram o fechamento do governo.</p>

Cantor, que era líder da maioria republicana na Câmara desde 2011, perdeu a votação de terça-feira de forma inesperada para o professor de economia David Brat, ativista do movimento Tea Party que quer reduzir os gastos estatais e os impostos e defende um governo mais enxuto.

A derrota põe fim à busca de um oitavo mandato para Cantor e encerra de forma abrupta sua carreira como estrela em ascensão de olho na vaga de presidente da Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos.

Em entrevista coletiva à imprensa após um encontro a portas fechadas com seus colegas republicanos, Cantor declarou que irá renunciar à liderança do partido em 31 de julho.

Cantor disse que irá apoiar o congressista Kevin McCarthy, da Califórnia, como seu substituto, caso o colega queira o posto. Cantor e McCarthy eram aliados próximos e muitas vezes tiveram que tentar conter as exigências do Tea Party.

O congressista Pete Sessions, do Texas, que preside o Comitê de Regulamentos da Câmara, disse a repórteres que irá concorrer à liderança da maioria na casa. McCarthy e Sessions têm um histórico de votos conservadores. A eleição será em 19 de junho.

Tentando sanar as divisões que assolaram os republicanos da Câmara nos últimos três anos, Cantor disse: “As diferenças que podemos ter são pequenas e empalidecem em comparação com as diferenças que temos com a esquerda”.

O Capitólio foi agitado pelas especulações a respeito da possibilidade de a vitória do Tea Party em Richmond, distrito da Virgínia e reduto de Cantor, poder levar Washington aos duelos partidários de 2011, 2012 e 2013 em torno dos déficits do orçamento e do tamanho da máquina governamental.

Analistas dos mercados financeiros temem uma interrupção da relativa calmaria política que prevalece desde o acordo orçamentário de dezembro de 2013.

Para os democratas, a tormenta foi um sopro de ar fresco após uma série de eventos politicamente danosos que vinham preocupando Washington a menos de cinco meses das eleições parlamentares.

A legenda, que tenta manter o controle do Senado no pleito de novembro, foi abalada pelo escândalo da incapacidade governamental de oferecer tratamento médico a veteranos de guerra e da decisão do presidente, Barack Obama, de trocar cinco prisioneiros do Taliban por um militar norte-americano refém no Afeganistão.

O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, deve continuar no seu cargo ao longo deste ano e buscar a reeleição em 2015 se os republicanos mantiveram a maioria na Câmara, como esperado, na votação de novembro.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Países ricosPartido Republicano (EUA)Política

Mais de Mundo

Milei se reunirá com Macron em viagem à França para abertura dos Jogos Olímpicos

'Tome chá de camomila', diz Maduro após Lula se preocupar com eleições na Venezuela

Maduro deve aceitar resultado das eleições se perder, diz ex-presidente argentino

Macron só vai nomear primeiro-ministro após Jogos Olímpicos

Mais na Exame