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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.
Os Estados Unidos reduziram em 30% a estimativa de déficit fiscal para o ano fiscal de 2006 - que se encerra em setembro, nos padrões americanos. Em fevereiro, o governo havia estimado que o rombo nas contas públicas ficaria em 423 bilhões de dólares. Mas o aumento da arrecadação de impostos acima do esperado fez com que os números do primeiro semestre fossem superiores às projeções. Com isso, o presidente George W. Bush anunciou, nesta terça-feira (11/7), uma nova previsão de déficit fiscal: 296 bilhões de dólares.
De acordo com o jornal americano The New York Times, o semestre encerrou com uma arrecadação 115 bilhões de dólares maior que a prevista no início do ano. O desempenho foi puxado pelo pagamento de impostos sobre lucros, imposto de renda de pessoas físicas e tributos sobre pequenas e médias empresas. Bush atribuiu o desempenho aos cortes de impostos promovidos em 2001 e 2003. "Esses cortes deixaram cerca de 1,1 trilhão de dólares nas mãos das famílias americanas e dos pequenos empresários. Eles usaram esse dinheiro para estimular a recuperação econômica , que encontra-se agora em seu 18º mês de alta", afirmou Bush.
O resultado não deixou de ser criticado dentro dos Estados Unidos. "Um déficit de 296 bilhões de dólares ainda é um grande rombo. Em termos nominais, é um dos quatro maiores da história", disse o deputado democrata John Spratt Jr., membro do comitê de Orçamento do Congresso americano.
A qualidade dos recursos tributários que sustentaram o aumento da arrecadação também recebeu ressalvas do mercado. "Quando o crescimento dos lucros é maior que o dos salários, o país tende a ter altas inesperadas da arrecadação, porque a tributação sobre lucros é maior que a incidente sobre salários", observa Diane Swonk, economista-chefe da Mesirow Financial. Os Estados Unidos devem crescer 3,5% neste ano, em termos reais, abaixo dos 5,6% registrados no primeiro trimestre do ano.