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Deputados russos visitam instalações militares na Coreia do Norte

Segundo o deputado russo, os mísseis balísticos norte-coreanos podem atingir "tranquilamente" o território americano

Coreia do Norte: a visita ocorreu no fim de novembro (KCNA/Reuters)

Coreia do Norte: a visita ocorreu no fim de novembro (KCNA/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2017 às 14h53.

Moscou - Deputados russos informaram neste sábado que visitaram instalações militares da Coreia do Norte e consideram que Pyongyang não mente quando diz que pode atingir os Estados Unidos com seus mísseis.

"Nos mostraram tudo o que queríamos ver, incluindo as instalações militares. Organizamos a viagem com um só objetivo: evitar o conflito militar que se avizinha", disse o chefe da delegação parlamentar que visitou a Coreia do Norte, Kazbek Taisaev.

A visita ocorreu no fim de novembro. Segundo o deputado, os mísseis balísticos norte-coreanos podem atingir "tranquilamente" o território americano.

"Há níveis de temperatura que é preciso superar para que os mísseis cheguem ao alvo e não explodam nas camadas mais densas da atmosfera. Eles já solucionaram esse problema há muito tempo. Os americanos acham que os norte-coreanos não têm essa tecnologia, mas eles a têm há muito tempo", disse o parlamentar.

Recentemente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu que nem sabe os armamentos que a Coreia do Norte realmente possui por se tratar de um "país fechado". No entanto, sugeriu que o regime de Kim Jong-un já tem mísseis com alcance de até 5 mil quilômetros.

Taisaev ainda revelou que o último teste com mísseis realizado pela Coreia do Norte ocorreu durante a visita da delegação russa.

"Defendemos uma solução pacífico para o conflito na península coreana, e os EUA são o principal obstáculo para a reunificação", afirmou o parlamentar russo.

"Se os norte-americanos não proibissem a Coreia do Sul de negociar com a Coreia do Norte, eles já teriam se reunificado há muito tempo. Os norte-coreanos sonham com isso e falam disso constantemente", completou Taisaev.

Em caso de reunificação, na avaliação do deputado russo, poderia haver na península coreana um país no qual coexistissem "dois sistemas", como ocorre na China.

Taisaev também negou a existência de campos de trabalho forçado para presos políticos na Coreia do Norte.

"Estive lá muitas vezes. Conheço bem a Coreia do Norte e, para nós, lá não há segredos. Nos mostraram tudo o que queríamos ver, tanto as instalações militares como civis. E afirmo: essa é uma mentira podre", afirmou o parlamentar sobre os campos.

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, descartou ontem iniciar uma negociação com a Coreia do Norte enquanto o regime de Kim Jong-un mantiver um comportamento agressivo.

Em resposta, o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, afirmou hoje que as sanções contra a Coreia do Norte não dão resultado e pediu que os EUA sentem na mesa de negociação.

O vice-chanceler reiterou que a Rússia considera o programa nuclear norte-coreano como "inadmissível", mas que Pyongyang não poderia se negar a negociar se o plano russo-chinês para resolver o conflito fosse aprovado. A proposta, no entanto, é rejeitada por Washington.

O plano contempla o fim dos testes nucleares por parte do regime de Kim Jong-un e a suspensão das manobras militares conjuntas entre EUA e Coreia do Sul.

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