Mercado imobiliário: restrição de crédito a construtoras e preços baixam indicam momento de investir, segundo empresário (Mario Tama/Staff/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 09h53.
São Paulo - Quase cinco anos depois de ter vendido, junto com seus ex-sócios, por cerca de R$ 1 bilhão, a Brazilian Finance & Real Estate (BFRE) para o grupo Pan e para o BTG Pactual, a Ourinvest está de volta ao financiamento independente de crédito imobiliário no Brasil.
A cláusula de "não competição", imposta aos ex-donos da BFRE, já venceu. O momento de baixa no mercado, com restrição de crédito a construtoras e queda nos preços dos imóveis, mostra que é hora de voltar ao setor, disse o executivo da companhia, Nelson Campos (foto), em entrevista ao Estado na semana passada:
Por que voltar ao ramo imobiliário?
Se tivemos uma história vencedora no passado, agora é hora de reeditar essa história. O mercado está demandando alternativas de financiamento em função de os bancos estarem mais restritivos. As empresas precisam de uma alternativa. Então, o desenvolvimento vai passar pela securitização. Além disso, esse é um bom momento (para retornar), pois os imóveis voltaram ao preço de 2008.
Mas não tem muita incorporadora em dificuldade? Não é um risco elevado?
Óbvio que tem, mas aí entra nossa expertise. Os acionistas que tinham a inteligência da BFRE estão todos aqui.
O que é uma securitização?
Se você compra um imóvel com a construtora "x" e financia em 100 meses, a construtora pode usar esse contrato do seu pagamento mensal para levantar dinheiro com investidores e, assim, adiantar o seu pagamento e desenvolver novos empreendimentos, por exemplo.
Já fizeram operações neste ano?
A reestreia foi com a Tecnisa, numa operação de R$ 90 milhões. Já temos três outras, no total de R$ 200 milhões. Para 2017, esperamos fazer R$ 800 milhões. Vemos ter demanda pelo lado do investidor e devemos lançar fundos imobiliários. Outro negócio da securitizadora será o agronegócio. Fizemos já neste ano uma operação de R$ 600 milhões com Certificado de Recebíveis Agrários (CRA) da Duratex.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.