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Use o planejamento financeiro a seu favor

Especialistas consultados pelo Portal EXAME apontam os principais erros dos brasileiros com suas finanças

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

Se sua primeira reação ao falar em planejamento financeiro é "não quero nem pensar nisso para não ficar deprimido", você faz parte dos 80% da população que têm aversão a qualquer tipo de controle orçamentário. Por uma questão cultural, o brasileiro não possui o hábito de acompanhar regulamente suas contas - fator que, segundo os especialistas, é um dos principais causadores dos graves problemas financeiros familiares.

O resultado da falta de planejamento é facilmente verificado. Somente no ano passado, a inadimplência dos consumidores no Brasil cresceu 10,3%, de acordo com dados da Serasa. Um estudo realizado pela Telecheque mostra que 42% dos inadimplentes alegam estar nesta condição em função de descontrole nos gastos.

"As pessoas precisam aprender a encarar o orçamento como uma forma de facilitar a vida nos próximos meses", afirma a consultora Glória Maria Garcia Pereira, autora dos livros A energia do dinheiro e A personalidade do dinheiro. "Não adianta achar que tem todas as informações na cabeça e, por isso, não precisa colocar no papel. Enquanto os dados não são expostos de forma organizada, fica difícil visualizar a situação financeira da família com clareza", diz.

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Fazendo as contas

Não é necessário ser expert em contabilidade para realizar um planejamento financeiro familiar ou individual. "Basta uma planilha de excel ou um software simples, desenvolvido para isso", afirma o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Frank Storfer. O Guia do Investidor, um serviço do Portal EXAME, por exemplo, disponibiliza a seus usuários uma ferramenta específica para este fim. Clique aqui e confira.

Segundo Storfer, é importante pensar o orçamento de forma anual, já que nem sempre receitas e despesas evoluem na mesma proporção. "Há meses, como janeiro, que os gastos aumentam com o pagamento de impostos como IPTU e IPVA. Em outros, há ganhos extras, como 13º salário e bonificações. Se houver planejamento, torna-se fácil equilibrar as contas", afirma.

Além das provisões para despesas futuras, o ideal é manter, ainda, uma reserva para emergências como doença, problemas com o carro e desemprego. Storfer aconselha a guardar nesta reserva o equivalente a três meses de salário, mais o valor da franquia do carro.

Os desejos também devem ser contabilizados. Pense neles como investimentos e separe uma parte das suas receitas para fazer aquela viagem que há tempos você namora ou para comprar a casa ou carro dos seus sonhos.

Está na dúvida se há recursos suficientes para cobrir tudo isso? Os especialistas garantem que sim. Provavelmente, não será possível realizar todos os desejos de uma só vez, mas aos poucos as conquistas chegam - e sem pesar no bolso.

Na hora de investir o dinheiro, consulte diversas instituições financeiras para saber quais aplicações são indicadas para cada objetivo, compare taxas e rentabilidades. "Muitas vezes, por necessitar cumprir metas, os gerentes tentam vender os produtos que são de interesse do banco, não do cliente. Por isso, é preciso pesquisar, buscar informações sobre oportunidades no mercado financeiro, se instruir", afirma o pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Alexandre Assaf Neto. Assim, além de não se enrolar nas contas, você faz seu dinheiro trabalhar por você.

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