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Ela gastou R$ 10 mil em seu casamento e conta como conseguiu

A publicitária Camilla Horizonte quase desistiu da tão sonhada festa de casamento, mas acabou conseguindo fazer com que ela coubesse no bolso. Veja como

A publicitária Camilla Horizonte e o designer Wesley Horizonte em sua festa de casamento em São Paulo (Erika Pugliese/Divulgação)

Marília Almeida

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 09h52.

São Paulo - Quando decidiu planejar a sua festa de casamento , a publicitária Camilla Fernandes Horizonte, 32 anos, só tinha como referência amigas que se casaram no modelo tradicional, definido por ela como "igreja, limusine, vestido caro e festa para mais de 100 convidados". Seu caso era diferente: precisava fazer algo financeiramente mais acessível, pois ela e seu noivo bancariam a festa sozinhos.

Mas ela não imaginava como a missão seria árdua. "Nos deparamos com preços muito altos. Já estávamos pensando em fazer um jantar no salão de festas do prédio, um bolo com champanhe na igreja ou casar na Itália, mas a cotação do euro não ajudou. Não chegávamos a nenhuma conclusão. Pensamos em desistir".

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Mas Camilla persistiu e acabou fazendo uma cerimônia com festa para 50 convidados em um restaurante de São Paulo. O resultado? Gastou, no total, 10 mil reais, incluindo o vestido de noiva. "O que fez diferença, no meu caso, foi o conjunto. Além do espaço acessível, o meu vestido foi muito barato, e a decoração da festa também. Isso faz muita diferença".

Ela ressalta que encontrou outras opções acessíveis na busca. Viu que, por exemplo, para usar o salão de festas de um prédio ou uma casa espaçosa de um amigo e contratar um chef ou bufê de churrasco, era possível pagar entre 1.500 e 5 mil reais. "Porém, a decisão sempre vai depender do que os noivos estão sonhando para este dia. A nossa tinha o melhor custo-benefício para a gente".

O maior conselho que a publicitária dá, ainda mais em tempos de crise, no qual os fornecedores costumam realizar mais promoções, é pesquisar. "Eu recomendo conversar com pessoas que já se casaram e analisar o feedback de pessoas que já se casaram em espaços mais acessíveis, pois o barato pode sair caro".

Abaixo, Camilla lista dicas do que fez a diferença para ter uma festa de casamento que coubesse no seu bolso.

Mini casamento com preço de festão

Camilla começou pesquisando preços de festas tradicionais e buscou o conceito de mini wedding. A publicitária imaginou que, por ser uma festa para um menor número de convidados, teria, naturalmente, um preço mais acessível. Mas levou um susto. "Vi que os valores eram altos e bem próximos aos de festas tradicionais", conta.

Enquanto viu preços que partiam de 20 mil reais em salões de festas, espaços para festas mais intimistas, geralmente realizadas em casas pequenas e rústicas, com vários ambientes, o valor girava em torno de 40 mil reais. Uma das razões, analisa Camilla, é que essas festas menores estão fazendo sucesso. "Vi que a disputa por esses espaços já não é mais uma questão de escolha acessível, mas, sim, de busca por um local diferente".

Dependendo do número de convidados, conta, pode sair mais barato fazer a festa em bufês tradicionais, que fazem promoções quando o casamento é para mais de 200 pessoas. "Vi casos em que uma festa completa, que inclua decoração de flores artificiais, mas não ofereça bebidas alcoólicas, pode sair por 8 mil reais".

Restaurantes são mais acessíveis, mas cobram aluguel

Na busca por alternativas aos altos preços encontrados, Camilla e seu noivo encontraram alguns restaurantes que realizam cerimônias. "Eles cobram um valor interessante por pessoa, entre 60 reais e 120 reais. No entanto, era necessário pagar o aluguel do local, que na minha busca vi que varia de 8 mil a 15 mil reais. O preço não inclui bebidas, traje do noivo e noiva, fotos, DJ, lembrancinhas, entre outros itens básicos".

Até que um dia, pesquisando na internet, Camilla encontrou uma opção que considerou "boa demais para ser verdade": um restaurante com uma decoração que a agradou e que poderia ser fechado para o seu casamento. Para isso, cobrava entre 66,50 reais e 110 reais por pessoa (para crianças, o custo era menor).

Mas o essencial foi que, para mais de 50 pessoas, o estabelecimento, que acomodava no máximo 60 pessoas, não cobrava pelo aluguel do espaço. "Não pensamos duas vezes: entramos em contato e agendamos uma primeira visita para um bate papo e uma segunda para degustar as opções de menu e decidir se fechávamos ou não".

Os noivos aprovaram o atendimento do restaurante e puderam trocar itens dos pratos que seriam servidos na festa. "Fechamos o casamento para 50 pessoas com entrada, quatro opções de prato (sem repetição), sobremesa, água, suco, vinho chileno e lambrusco italiano, além do cafezinho. Além disso acrescentamos um bolo e 105 docinhos. Tudo para quatro horas de festa incluindo o serviço, com pagamento em três vezes. Tudo por cerca de 4,7 mil reais!".

A publicitária Camilla Horizonte e o designer Wesley Horizonte em seu casamento em São Paulo (Erika Pugliese)

Decoração comprada em site chinês e apoio das amigas

Fechado o espaço, os noivos tinham de pensar na decoração. "Orçamos com o próprio restaurante e, para a nossa surpresa, o valor chegava a quase 50% do valor do casamento, mas incluia apenas o básico", conta Camilla.

A noiva decidiu então convocar amigas que entendem de decoração e comprar itens por um site de compras da China, e também na 25 de Março (tradicional rua de comércio popular em São Paulo) e em marketplaces.

A publicitária também deixou com essas amigas a missão de decorar o restaurante no dia da festa. "Um conselho que dou é que, se os noivos optarem por adquirir a decoração por conta própria, tenham a certeza de que terão pessoas que irão coordenar tudo. O restaurante, neste caso, se preocupará exclusivamente em servir os convidados. Por isso, não conte com o espaço para organizar a decoração, luzes ou trocar móveis de lugar, por exemplo".

Compras de flores foi planejada e negociada

Ao comprar as flores para decorar o ambiente, Camilla recomenda checar com antecedência quais são as flores da época do casamento e reservar um dia para pesquisa de preços em feiras de flores, como a CEAGESP. "Também é interessante não esquecer de se informar sobre o tempo que a flor aguenta até a cerimônia e como conservá-las até lá".

Geralmente, feiras de flores, como a CEAGESP, só aceitam compras em dinheiro e quase todos os fornecedores praticam preços bem parecidos, constatou Camilla. "Por isso, recomendo buscar locais com maços de flores mais cheios e frescos. A dica é pechinchar". Ela conta que gastou 500 reais na compra.

Tecnologia barateou a trilha da festa

Na hora de decidir como seria a trilha sonora da festa, os noivos resolveram não contratar um DJ: optaram por montar uma playlist em um aplicativo de música e contratar apenas uma empresa de som para levar iluminação e caixas de som. "Um técnico da empresa ficou responsável apenas por não deixar o som falhar e controlar o volume e as luzes do espaço que tínhamos para dançar", conta a publicitária. O valor do serviço para quatro horas de festa saiu por 700 reais.

Vestido de noiva comprado pela internet

Camilla ficou muito feliz quando viu que poderia comprar modelos de vestido de noiva mais acessíveis em lojas virtuais. O ponto negativo, conta, é que as lojas com essa proposta não oferecem a opção de provar.

"Se você compra, não tem volta". Mesmo assim, resolveu arriscar. "Vi que os modelos geralmente são criados para se adaptarem a qualquer tipo de corpo. Na maioria das vezes é necessário fazer a barra ou somente ajustar a cintura". A solução deu certo, e o vestido custou 699 reais. "Ninguém acreditou quando contei que paguei este valor".

A publicitária viu que lojas internacionais também são opções interessantes. No entanto, aconselha a fazer esta opção somente se a encomenda for feita com bastante antecedência. "Mesmo pesquisando fornecedores bons e com feedbacks extremamente positivos, contratempos, como problemas na alfândega, falta de documentação ou extravio, podem acontecer".

O noivo optou por comprar um costume e um sapatênis em uma loja de shopping, um modelo que pudesse ser utilizado em outras ocasiões. O valor ficou em 1299 reais, com direito a quantos ajustes fossem necessários pelo alfaiate da loja. Gravata e suspensório foram comprados a preços módicos na 25 de Março.

A publicitária Camilla Fernandes Horizonte, 32 anos, e o designer Wesley Horizonte, 32 anos, em seu casamento em um restaurante de São Paulo (Erika Pugliese)

Fotografia exige pesquisa

Camilla e Wesley optaram por não filmar o casamento, mas fizeram questão de contratar um fotógrafo para casamento para registrar a cerimônia. "Mas antes de contratar, pesquisamos muito e negociamos muito também".

A publicitária verificou que se excluísse a opção de álbum, optasse por um CD ou pen drive personalizado e fizesse o casamento para poucas pessoas já conseguiria diminuir bem esse custo. "Se fizesse a cerimônia pela manhã, o preço ficaria ainda menor, pois o fotógrafo poderia dispensar o serviço de um assistente de iluminação, dependendo do tipo de foto". Camilla encontrou valores que variam entre 1.500 reais e 3.500 reais.

Lembrancinhas caseiras

Para fechar, os noivos fizeram plaquinhas personalizadas para serem usadas em fotos, impressas em uma copiadora. Também entregaram um brownie e um imã de geladeira como lembrancinhas para os convidados. "Me indicaram uma artesã que fazia os imãs em casa e saiu super barato".

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