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Ações e títulos públicos, os mais rentáveis nos últimos sete anos

Yolanda Fordelone - AE Nos últimos anos, investidores que tinham entre suas aplicações ações ou títulos públicos conseguiram maiores retornos para suas carteiras. Segundo pesquisa do Instituto Assaf sobre a rentabilidade das principais aplicações nos últimos sete anos, a Bovespa foi o investimento que proporcionou a melhor rentabilidade, de 28,69% ao ano. Quase empatadas entre […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Yolanda Fordelone - AE

Nos últimos anos, investidores que tinham entre suas aplicações ações ou títulos públicos conseguiram maiores retornos para suas carteiras. Segundo pesquisa do Instituto Assaf sobre a rentabilidade das principais aplicações nos últimos sete anos, a Bovespa foi o investimento que proporcionou a melhor rentabilidade, de 28,69% ao ano. Quase empatadas entre as menores rentabilidades apareceram as aplicações na poupança e o investimento em imóveis, de 8,32% e 8,88% ao ano, respectivamente. No terreno negativo, o dólar figurou como único investimento a dar prejuízo ao investidor no período, de 1,19% ao ano.

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Para o consultor e pesquisador do Instituto Assaf, Fabiano Guasti Lima, a pesquisa releva alguns pontos. "A primeira questão é que a poupança não é mais sinônimo de rentabilidade preservada", diz. Apesar de a tradicional caderneta, investimento preferido da maioria dos brasileiros, ter rendido em média 8,32% ao ano, após descontar a inflação deste período um investidor que tivesse aplicado R$ 100, atualmente teria somente R$ 115,02.

Segundo Lima, quem investe em poupança hoje em dia aplica mais por uma questão de gosto. "Não é parâmetro para ganhar da inflação, pois a diferença é pequena." Os imóveis igualmente tiveram pouco retorno se for descontada a inflação. Os mesmos R$ 100 se transformariam em R$ 119,25 nesses sete anos. "Os imóveis ainda têm o problema da baixa liquidez do investimento." Para calcular a rentabilidade do bem, a pesquisa considerou a variação do Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC), que mede a evolução dos custos de construções habitacionais. Segundo o Instituto Assaf, a avaliação do imóvel geralmente é feita com base no valor do metro quadrado da construção.

O consultor e professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Silvio Paixão, explica ser melhor aplicar em imóveis comerciais e industriais, caso este bem componha a carteira do investidor. "É sempre importante ficar atento para que o imóvel não fique vazio, pois o proprietário continuará pagando IPTU e outras contas. Os investimentos em imóveis comerciais têm mais a visão de negócio", afirma.

Outro ponto levantado na pesquisa é o fato de o dólar não poder ser considerado um investimento, segundo especialistas. "É uma reserva, não um aplicação em si", afirma Lima. "Encaro o dólar como um ativo que é usado em duas situações: no comércio internacional por grandes companhias ou na diversificação geográfica das aplicações", completa Paixão.

Títulos públicos

Para o pesquisador do Instituto Assaf, a rentabilidade dos títulos públicos surpreendeu. "As Notas do Tesouro Nacional – Série B são mais longas, o que acaba proporcionando maiores juros, devido ao prêmio pago pelo risco", explica. As NTN-Bs renderam 17,82% ao ano e as Letras do Tesouro Nacional (LTN), 17,36%, valores superiores ao do próprio juro básico (Selic), de 16,12%. Segundo ele, para ganhar da Selic o investidor tem duas opções: arriscar mais, aplicando em ações, ou alongar a carteira de renda fixa.

"O investidor deve olhar três pontos para montar a carteira: a necessidade de liquidez; o motivo, objetivo para guardar o dinheiro; e o horizonte de tempo do investimento", enumera Paixão. A partir desta avaliação, é possível definir o risco que está disposto a correr.

Nesses sete anos, a Bolsa teve o maior grau de risco medido pelo desvio padrão, que mede o quanto a rentabilidade pode escapar da média, segundo Lima. O desvio padrão da Bovespa foi de mais de 40%. Entre as aplicações conservadoras, as LTNs tiveram o maior desvio padrão, de 6,01%. Por serem prefixados, esses títulos muitas vezes sofrem ampla variação de preços.

A pesquisa foi realizada entre 2002 e setembro de 2009, com 11 investimentos distintos. Segundo o pesquisador, o ano de 2002 foi escolhido como ponto inicial por ter sido o momento da criação do Tesouro Direto e pela maior parte deste período não ter sofrido o efeito de grandes crises internacionais.

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