Bovespa abre em alta em meio a otimismo

Por Olívia Bulla

São Paulo - O bordão "ano novo, vida nova" deve inspirar a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) neste início de 2011, após o desempenho limitado do mercado acionário doméstico em 2010, que destoou da performance em Nova York. O sentimento mais otimista dos principais mercados internacionais neste primeiro dia útil do novo ano, com ações e commodities (matérias-primas) em alta diante das apostas de uma recuperação econômica mundial mais firme, abre espaço para o índice Bovespa (Ibovespa) buscar, ao longo dos próximos meses, a marca dos 80 mil pontos. Às 11h13 (horário de Brasília), o Ibovespa avançava 1,16%, para 70.112 pontos.

"2011 promete ser um ano melhor (para a Bovespa)", projeta o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, acrescentando que existe a possibilidade de novos descolamentos da Bolsa ante os negócios em Wall Street, com a defasagem na performance local permitindo momentos de recuperação. Segundo análises de diferentes corretoras, a relação preço sobre lucro (P/L), que dá uma ideia do tempo que o investidor teria para obter retorno com o investimento, na Bovespa está abaixo de dez vezes, o que projeta um potencial de valorização do Ibovespa ao redor de 20% para o fim de 2011.

"A Bovespa pode tentar uma performance melhor em 2011, mas será um ano brigado, com uma volatilidade parecida com a observada em 2010", avalia o analista do Modal Asset, Eduardo Roche. Segundo ele, há risco de uma revisão para baixo no cálculo dos ganhos esperados para as empresas brasileiras neste ano. Já "trava" imposta por Petrobras, que não permitiu que a Bolsa evoluísse em 2010, não deve mais existir. "Não quer dizer que a estatal irá liderar uma alta do Ibovespa, mas ao menos não vai atrapalhar tanto."

O exterior, por enquanto, também está colaborando para os negócios. Animados por projeções mais otimistas para os números da economia norte-americana, os investidores buscam ativos mais arriscados. O apetite é maior pelas commodities, em meio às expectativas de demanda maior que a oferta por recursos básicos. No Brasil, o destaque vai para a entrada das ações ordinárias da Hypermarcas no Ibovespa, totalizando 69 ativos na composição do índice à vista na carteira que vale até abril de 2011.