São Paulo - Os fabricantes de peças automotivas Autometal SA e Plascar Participações Industriais SA avançavam na Bovespa após o governo aumentar o Imposto sobre Produto Industrializado para veículos que não tenham um percentual mínimo de componentes nacionais, a fim de garantir empregos no País.

A Autometal, subsidiária brasileira da espanhola Cie Automotive SA, subia 5,5 por cento para R$ 13,70 às 12:25 na BM&FBovespa, em direção ao recorde de alta de 13 por cento em dois dias. A Plascar avançava 5 por cento para R$ 2,30, a maior alta desde 6 de setembro.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, elevou em 30 por cento o IPI para automóveis que tenham menos de 65 por cento de seu conteúdo fabricado no Mercosul ou México. A medida aumenta o preço de carros importados em até 28 por cento e força fabricantes de automóveis a produzir os principais componentes no País, disse ontem o ministro. As montadoras vêm sendo prejudicadas pela queda do dólar, que elevou o número de importações de países como a China.

“Essa medida deve favorecer a produção local de veículos e diminuir a ameaça de peças automotivas importadas”, disseram hoje analistas do Banco Santander SA, incluindo Daniel Gewehr, em nota enviada a clientes hoje. “A Autometal deve ser a maior beneficiada.”

Os fabricantes de automóveis terão que cumprir com seis de 11 exigências, que vão da produção de transmissores a montagem dos veículos no País, para evitar uma alíquota maior do IPI, disse Mantega. As novas medidas têm vigência até dezembro de 2012, disse ele.

O dólar atingiu o menor nível desde 1999 ante o real em julho. O real acumula alta de 35 por cento ante o dólar desde o final de 2008, o melhor desempenho entre as 25 moedas de países emergentes acompanhadas pela Bloomberg.

A decisão do governo ainda pode enfrentar resistência de importadores de veículos do País ou provocar sanções por parte de organizações internacionais de comércio, disseram os analistas do Santander.

A Plascar disse que acertou a venda de quatro propriedades por R$ 125,6 milhões, a fim de reduzir seu nível de endividamento, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários ontem.