São Paulo – Após adotar premissas mais conservadoras, a Ágora Corretora optou nesta segunda-feira (27) por reduzir sua projeção para o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, de 86 mil para 73 mil pontos até o final de 2011. O preço-alvo representa um potencial de valorização de 19,6%.

Em relatório, a equipe de pesquisa da Ágora, liderada pelo analista Marco Melo, considerou que as estimativas menores para o crescimento mundial, as incertezas associadas à crise de dívida pública na Europa (incluindo o risco de contágio entre os países) e os sinais de desaquecimento nos Estados Unidos, em especial no setor imobiliário, “dão o tom da falta de apetite (por parte dos investidores) por renda variável neste momento”.

Segundo a corretora, o Ibovespa também só deve chegar aos 73 mil pontos caso ocorra uma reversão no atual cenário de “fluxos de recursos que começa a ser observado na bolsa brasileira”. Em outras palavras, “as classes de investidores, tanto institucionais estrangeiros como pessoas físicas, deverão incrementar sua exposição na renda variável” para que o índice consiga chegar até o patamar projetado.

“Aliada a esta possibilidade, trabalhamos também com uma melhora no cenário de inflação e ajuste final da política monetária brasileira no segundo semestre de 2011”, prevê a equipe de pesquisa da Ágora.

O analista Marcos Melo explica que, em termos comparativos, a revisão para o Ibovespa ainda mostra as ações brasileiras sendo negociadas com desconto em relação à média histórica de preço sobre lucro (P/L) e desfrutando um cenário de crescimento do lucro por ação da ordem de 13,1% em 2011, em comparação ao ano passado.

“Nosso preço-alvo de 73 mil se explica pela expectativa de que o mercado esteja negociando no final do ano na média histórica de preço sobre lucro observada nos últimos 12 meses”, destaca Melo.

O analista acredita que o mercado de ações será beneficiado nos próximos meses pela redução da taxa de desemprego e da elevada massa salarial, o que pode ampliar os lucros corporativos.

A Ágora Corretora alertou aos seus clientes para que a exposição dos investidores em renda variável não ultrapasse 35% do patrimônio total neste momento. No acumulado do ano, o Ibovespa registra desvalorização de 11,5%. No mês, o recuo total é de 5%. No pregão de sexta-feira (24), o índice fechou aos 61.017 pontos.