São Paulo – Se nos últimos 12 meses o desempenho do Ibovespa está negativo em 6%, alguns papéis mostram altas surpreendentes, seja por perspectivas otimistas às companhias ou por movimentos especulativos. Confira a seguir algumas disparadas expressivas na bolsa brasileira.

Desempenho em 12 meses: +78,21%
A perspectiva de fusão da Kroton com a Anhanguera Educacional trouxe um grande impulso para as duas empresas na Bovespa. Se for aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), será criada a maior empresa de educação do mundo. Recentemente a Kroton e a Anhanguera afirmaram ao mercado que ambas continuam buscando uma solução negociada junto ao Tribunal do Cade "que inclua remédios para as preocupações concorrenciais identificadas em relação à oferta de ensino superior na modalidade presencial, bem como no que diz respeito à oferta de ensino superior a distância, tudo com vistas a obter a aprovação do acordo de associação dentro do prazo legal".

Desempenho em 12 meses: +63,92%
A companhia de educação Estácio Participações reportou lucro líquido de R$ 45,1 milhões no quarto trimestre de 2013, crescimento de 202,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o lucro da Estácio chegou a R$ 244,7 milhões, alta de 123,1% ante 2012. Em doze meses, o Ebitda chegou a R$ 320,3 milhões, aumento de 52,6%. 

Desempenho em 12 meses: +45,68%
Os últimos 12 meses foram de expressivo avanço para a Cielo na Bolsa. Agora, a preocupação do mercado está no horizonte de curto prazo da companhia. A Cielo deve crescer menos do que a expansão estimada de 16% a 18% para o mercado brasileiro de meios de pagamento eletrônico em 2014, segundo o principal executivo da companhia, Rômulo Dias. Não bastasse a competição maior, os resultados da companhia também podem ser adversamente afetados por menor movimento no comércio devido à Copa do Mundo no país, entre junho e julho. De acordo com Dias, se a seleção brasileira for à final do evento, isso possivelmente implicará em quatro dias de ponto facultativo no país.

Desempenho em 12 meses: +38,53%
As últimas semanas da Eletrobras foram de tirar o fôlego na Bovespa. Desde o dia 17 de março, quando começaram os rumores sobre os resultados da pesquisa de intenção de voto para presidente realizado pelo Ibope, os papéis da estatal foram os que mais se valorizaram. O mercado financeiro parece ter deixado de lado o fato de que a companhia pediu ao governo uma ajuda de 12 bilhões de reais para tentar sair do sufoco. A Eletrobras apresentou o segundo maior prejuízo no ano passado, de 6,2 bilhões de reais, perdendo apenas para a OGX. Mesmo diante deste cenário, as ações da Eletrobras valorizaram mais de 40% desde meados de março. 

Desempenho em 12 meses: +37,75% No último balanço da CESP, a principal surpresa positiva, de acordo com a analista Paula Kovarsky, do Itaú BBA, ficou com as despesas relacionadas a pessoal (incluindo custos de fundo de pensão) menores do que o esperado. A recomendação permanece em underperform (desempenho abaixo da média do mercado). A analista lembra que as ações têm sido negociadas acima de seu preço justo dadas as expectativas otimistas do mercado em relação à exposição aos preços spot no próximo trimestre. Além disso, a CESP, que é a atual operadora da Três Irmãos, deve continuar operando a usina até o dia 6 de agosto, data em que o contrato de concessão do projeto será assinado, segundo informou o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone.

Desempenho em 12 meses: +30,87%
A JBS deve aumentar em 20% suas vendas para China em 2014, disse recentemente o presidente do Conselho de Administração da maior produtora de carnes do mundo. As vendas para a China da JBS somaram cerca de 2 bilhões de dólares em 2013, de um total de exportações de aproximadamente 10 bilhões de dólares. Em paralelo, a possível venda ou abertura de capital da JBS Foods, unidade de aves, suínos e industrializados da JBS, ajudaria a reduzir a alavancagem da empresa controladora, bem como a financiar investimentos e implantar melhorias na rede de distribuição companhia, segundo analistas do Citibank. A empresa não confirmou a operação.

Desempenho em 12 meses: +29,66% Uma reformulação no Conselho de Administração da Telecom Italia deve permitir que o presidente-executivo da companhia, Marco Patuano, foque na renovação de operações domésticas do grupo e dará à espanhola Telefónica mais tempo para negociar uma possível oferta conjunta com outras operadoras brasileiras envolvendo a TIM. Patuano já afirmou anteriormente que a TIM Brasil, que tem um valor de mercado de mais de 12 bilhões de dólares, não está no bloco de ativos à venda. Mas ele consideraria uma venda caso recebesse uma oferta "jumbo". Uma fonte familiarizada com o assunto disse que Patuano vai comprar tempo sobre as operações no Brasil, permitindo assim que a Telefónica avance com sua estratégia de tentar se unir com ao grupo Oi e à mexicana América Móvil para fazer uma possível oferta conjunta pela TIM Brasil mais para o fim do ano.

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