Presente de Natal: Itaú pode distribuir mais R$ 14 bi em dividendos em 2023, diz XP
Faseamento de nova regra de exigência de capital pode abrir espaço para ‘milagre natalino’
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 16:55.
Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 11:47.
Os investidores de Itaú podem ter um fim de ano de bolso cheio – ao menos é o que acreditam os analistas da XP. Em relatório publicado hoje, a corretora vê um espaço para distribuição de R$ 14 bilhões em dividendos extraordinários ainda este ano, com a definição pelo Banco Central sobre as novas regras de risco operacional dos bancos no âmbito de Basileia 3.
O novo conjunto de normas deve aumentar a exigência de capital dos bancos, mas como a implementação ocorrerá de forma faseada, entre os anos de 2025 e 2028, e não de uma vez só, em 2025, o banco deve ter uma folga de capital que pode passar para a remuneração aos acionistas.
O CEO do Itaú, Milton Maluhy, vem sinalizando que quer manter o chamado capital de nível 1 – definido por Basileia – em 13,5%, e que acima disso poderia distribuir mais dividendos. Hoje, esse indicador está em 14,6%.
A previsão do banco era que as mudanças poderiam consumir até 1 ponto percentual desse indicador, aponta a XP. Mas a linha de implementação gradual muda esse cenário.
“Apesar do conservadorismo histórico do banco, ele sempre foi eficiente em manter capital adequado e suficiente para operar com alta rentabilidade”, escreveu a equipe liderada por Bernardo Guttmann. “Se o Itaú não decidir tomar esse caminho em 2023, a discussão sobre aumento do payout vai ser inevitável para 2024.”
Na teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre, Maluhy afirmou que haveria uma reunião do conselho no final de novembro para decidir sobre o pagamento de dividendos e que isso dependeria da decisão do BC. A normativa foi publicada no último dia 28.
Se o cenário de materializar, o payout do banco passaria de 30% do lucro para quase 70%, totalizando uma distribuição total de R$ 23 bilhoes em dividendos. O dividend yield sairia de 4% para 9%.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado