Em primeiro teste do apetite do consumidor no ano, Magalu vê venda crescer ‘dois dígitos’
Liquidação Fantástica, feita entre 5 e 7 de janeiro, superou desempenho na Black Friday, segundo executivos
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 10:54.
Última atualização em 9 de janeiro de 2024 às 11:05.
A direção da varejista Magazine Luiza está otimista após o primeiro teste de como deve ser o ritmo de vendas em 2024. Na data comercial que abre o ano, as vendas cresceram dois dígitos sobre 2023. Embora os números exatos da Liquidação Fantástica não sejam divulgados, a sinalização é positiva, dado que no primeiro trimestre de 2023 a companhia tinha registrado um avanço de 10% na receita.
“Quando a Liquidação Fantástica vai bem, o ano vai bem”, diz Eduardo Galanternick, vice-presidente de Negócios da varejista. Neste começo de 2024, o desempenho consolidou o ganho de market share observado ao longo ano com a crise da Americanas.
O número de pedidos do e-commerce entre a última sexta-feira, 5, e o domingo, 7, foi o dobro do registrado na Black Friday, diz a empresa. As vendas nas lojas físicas ficaram 8,3% maiores quando comparado à edição de 2023 do saldão de começo de ano, em que alguns produtos chegaram a ter descontos de até 80%.
O desempenho, diz Fabricio Garcia, vice-presidente de operações, reproduz o cenário de melhoria operacional observada no terceiro e no quarto trimestres da empresa. Os números dos últimos três meses ainda não são conhecidos, mas de julho a setembro as vendas totais, que somam vendas das lojas físicas, das operações on-line e do marketplace, ficaram 4,8% maiores e somaram R$ 14,8 bilhões. A margem bruta da empresa chegou ao seu maior patamar em seis anos: 30,4%, puxada pelo ganho em serviços.
Embora a Liquidação Fantástica tenha sido mais relevante em volume, o foco na rentabilidade seguiu a postura da companhia na Black Friday. A favor, segundo os executivos, está o fato do evento promocional é exclusivo da varejista, o que permite ser mais “racional” em preços. Além disso, a companhia também conseguiu aumentar em 10% a comercialização de serviços, como garantia estendida e seguros, e cresceu em 6% a emissão de cartões Luiza, na comparação anual.
O ambiente macroeconômico mais favorável, em especial com a queda da Selic, também deve ajudar o Magazine Luiza a reportar mais um ganho de margem nos números do quarto e do primeiro trimestres, já que as condições de negociação com os fornecedores melhoraram, de acordo com Garcia.
A ação do Magazine Luiza tem refletido, no último mês, especulações sobre uma capitalização e um ajuste no passivo. Banqueiros ouvidos pelo Exame IN não veem uma oferta de ações – mas um aumento de capital privado é indicado como um caminho provável. A geração de caixa também está nos holofotes. Hoje a companhia tem R$ 8,1 bilhões em caixa e dívida bruta de R$ 7,4 bilhões, dos quais R$ 2,8 bilhões são de curto prazo, com vencimento entre 2024 e 2025.
Hoje a ação do Magazine Luiza é negociada a R$ 2,09, uma queda de mais de 25% nos últimos 12 meses.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado