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Magalu: Black Friday teve “melhor rentabilidade da história”

Com foco em ganho de margens, executivos dizem que varejista fez “bom volume” de vendas sem “loucura” de preços 

Magalu: venda em loja física foi destaque, dizem executivos (Leandro Fonseca/Exame)
Magalu: venda em loja física foi destaque, dizem executivos (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

11 de dezembro de 2023 às 17:14

Em um ano que está longe de ser o mais fácil para o varejo, o Magazine Luiza colocou como meta para a Black Friday que ela trouxesse margens melhores. O objetivo era ter “bom volume” de vendas, mas com “mais rentabilidade”, nas palavras de Fabrício Garcia, vice-presidente de Operações. “Foi a Black com maior rentabilidade da nossa história”, acrescenta Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios.  

A percepção dos executivos foi de um mercado mais racional. A empresa conseguiu boas margens nas negociações com fornecedores e veio com preços agressivos, diz Garcia, mas “não houve nenhuma loucura [de preços].” Esse era um recado que o grupo já havia passado na teleconferência de resultados do terceiro trimestre. Bastante volátil nos últimos dias, a ação do Magalu caiu 8,29% nesta sexta-feira de Black Friday.  

Na preparação para a data, a gestão dos estoques foi ponto crucial para as varejistas em meio a um custo de capital ainda bastante elevado. No trimestre que antecede a Black Friday, o Magazine Luiza aumentou em R$ 300 milhões os estoques ante o segundo trimestre, mas em valor ainda R$ 500 milhões mais baixo que um ano antes.  

Os executivos não abrem o avanço de margem bruta em novembro, mas afirmam que ela seguiu a trajetória de crescimento observada no terceiro trimestre. “A gente vem conseguindo executar o plano de aumento de margens conforme a trajetória que a gente espera”, diz Galanternick. Conseguiram margens melhores nos produtos enquanto as despesas ficaram menores. O que o investidor pode ter no horizonte é que, no terceiro trimestre, a margem bruta da empresa chegou ao seu maior patamar em seis anos: 30,4%.  

Nesta Black Friday, sem impacto de Copa do Mundo ou isolamento social, as lojas físicas foram o destaque do Magazine Luiza, com crescimento de dois dígitos até o começo da noite de sexta-feira, 24. A expectativa é de que sábado e domingo sejam de fluxo alto de clientes. “Ganhamos tração nas novas regionais que abrimos nos últimos dois anos, especialmente Rio e Brasília”, diz Garcia, destacando aumento de venda de itens de ventilação -- reflexo da onda de calor --, linha branca (geladeira, fogão e lavadora) e televisores – num crescimento relevante para um ano seguinte à Copa do Mundo, observa o VP.  

A operação online também cresceu, segundo eles, mas em ritmo menos reluzente do que o das lojas físicas. Ainda assim, o aplicativo do Magalu foi o mais baixado entre as varejistas e a empresa liderou as buscas no Google, afirma Galanternick.  

Em relatório do Itaú BBA, a equipe de analistas de varejo observou que os grandes vencedores do mês de ofertas que se tornou a Black Friday eram Mercado Livre, Amazon e Shopee, considerando dados de acesso nos sites segundo a plataforma SimilarWeb. Até 20 de novembro, Americanas perdeu 5 pontos percentuais de sua fatia do acesso total de sites de varejo online, seguida de Casas Bahia e Magalu, quer perderam 1 ponto percentual.  

Para o varejo online, no geral, as notícias da Black Friday não são animadoras. Dados do Neotrust, plataforma de dados e de inteligência sobre o e-commerce brasileiro, apontam que, de quinta-feira até as 20h de sexta-feira, o número de pedidos para o varejo online nacional era 12,9% menor e o faturamento recuava em igual patamar (-13,1%), para R$ 2,9 bilhões. A comparação é com a quinta-feira e sexta-feira de Black Friday de 2022.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado