Ao encostar o celular em um terminal de radiofrequência, compra é identificada pelo sistema e elimina o uso de cartões (IStockPhoto/Divulgação)
Pagar a passagem de ônibus encostando o celular na catraca eletrônica do coletivo logo será realidade nas grandes capitais brasileiras. Enquanto o processo está adiantado no Rio de Janeiro, bancos, operadoras de telefonia e a prefeitura de São Paulo se reúnem em setembro, em um congresso de meios de pagamento, para conversar sobre como adotar a tecnologia na capital paulista.
Essa é uma das possibilidades abertas pelo mobile banking, mas há outras comodidades sendo desenvolvidas pela indústria. O consultor Boanerges Freire, presidente da Boanerges & Cia. Consultoria em Varejo Financeiro, cita o pagamento de salários de trabalhadores que não têm conta no banco. “O mobile banking possibilitará uma série de serviços capazes de aumentar a inclusão social de profissionais não bancarizados, como pedreiros e diaristas, por exemplo”, afirma o especialista.
Assim como no sistema pré-pago dos celulares, o usuário se cadastra em uma operadora que já possui acordo operacional com um banco para ativar o serviço móvel. Depois que o dinheiro sai eletronicamente da conta do patrão para a do trabalhador, este pode sacar a quantia em terminais bancários.
Se o usuário quiser pagar uma conta, bastará informar o número do telefone – que não precisa ser necessariamente um smartphone – e selecionar a opção de pagamento de contas. A confirmação da transação chega ao aparelho em seguida, via torpedo ou SMS. A tecnologia por trás do mobile banking é o near field communication (NFC), baseado em radiofrequencia. Ao aproximar dois dispositivos eletrônicos compatíveis – no caso, um smartphone e um terminal receptor –, será possível pagar contas, consultar extratos bancários e comprar de alimentos a ingressos para shows.
As oportunidades de negócios incluem pequenos empresários, como taxistas e ambulantes. Eles poderão receber pelos serviços prestados via celular, por meio de aplicativos e leitores de cartões que podem ser acoplados aos tablets e smartphones. As plataformas funcionam tanto em Android quanto em iOS, e o custo mensal é acessível aos pequenos empresários.
Substituindo os cartões de débito e crédito
“Assim que as tecnologias de pagamento móvel forem adotadas pelo mercado em geral, os cartões de plásticos vão perder espaço como meio de pagamento, principalmente dentro do e-commerce”, afirma Ricardo Pastore, coordenador do núcleo de varejo daEscola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Alexandre Marquesi, professor de marketing digital da ESPM, indica que a modernização de infraestrutura de TI analítica e de armazenamento de dados nas grandes empresas também será usada como base do mobile banking.
“Estamos caminhando para soluções baseadas em chips inteligentes instalados nas lojas e que serão capazes de identificar um pagamento quando encostados no terminal do produto”, afirma Marquesi.
Para Freire, da Boanerges & Cia., o mercado brasileiro é diversificado e tem condições de oferecer o que há de melhor em mobile banking para todas as classes sociais. “Na África, o mobile banking é um grande instrumento de inclusão social de uma população pouco bancarizada. Ao mesmo tempo, poderemos ter serviços de compras similares aos da Ásia, onde se compra de tudo pelos telefones.”