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Pizza Hut com massa fina, Frango Assado em mais estradas e KFC na rua: o futuro da IMC

Em entrevista ao Talk Show EXAME IN, Alexandre Santoro, CEO da companhia, afirma que é necessário trazer cada vez mais conveniência ao consumidor - sem perder de vista a inovação

Santoro: eficiência e expansão caminham de mãos dadas para as marcas do grupo; hoje, todas são rentáveis
Santoro: eficiência e expansão caminham de mãos dadas para as marcas do grupo; hoje, todas são rentáveis
Karina Souza

10 de junho de 2023 às 11:07

Pensar em alimentação fora de casa é sinônimo de se deparar com uma das marcas da IMC. No shopping center — a 'praia' do paulistano — é fácil identificar os restaurantes Viena e KFC. Na rua, Pizza Hut e Olive Garden. E, na estrada, é rotina ver uma placa com as direções para o próximo Frango Assado. Diante de marcas tão consolidadas e diferentes entre si, como encontrar o caminho para que todas continuem crescendo? Para Alexandre Santoro, CEO da IMC desde 2021, a 'receita' tem a ver principalmente com disciplina financeira, expansão e eficiência operacional. Um conjunto de ingredientes que deu certo, ao menos até agora: em 2022, a primeira linha do balanço da IMC chegou ao patamar recorde de R$ 2,3 bilhões, com R$ 336,4 milhões de Ebitda. 

Continuar no ritmo de crescimento é o que Santoro tem em mente. E, para cumprir esse objetivo, o executivo mantém na cabeça a meta de eficiência operacional -- o que inclui visitas constantes às redes da companhia a fim de conhecer de perto o dia a dia de atendimento -- bem como planos de diversificação para pelo menos outras três marcas do portfólio: Pizza Hut, KFC e Frango Assado. Tudo, é claro, de acordo com o paladar do brasileiro.

"Temos uma série de sinergias aproveitadas entre todas as empresas do grupo. O que vai desde o back office até à produção de alimentos em si. Por exemplo, temos uma cozinha central que atende principalmente o Frango Assado, mas também o Viena e Olive Garden, com possibilidade de incluir a Pizza Hut daqui para frente. Um ponto que fortalecemos muito na pandemia, para entender melhor o nosso cliente, foi o de inteligência de mercado, com informações-chave para organizar marcas e menus", disse Santoro, em entrevista ao Talk Show EXAME IN.

Veja a entrevista completa no YouTube:

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A partir dessa maior quantidade de dados analisada -- e, é claro, ao conhecimento acumulado na operação de longa data no Brasil -- algumas novidades estão mapeadas para as três marcas do grupo. No tradicional restaurante de pizza Pan, o diferencial que a companhia procura, daqui para frente, é o de aumentar o leque de opções. Para tornar a Pizza Hut um hábito, mais do que um produto de nicho, a IMC lançou uma alternativa de massa mais fina no Brasil (a partir da própria fórmula usada para fazer o produto com a borda mais grossa), no “estilo New York”. 

"Também estudamos outras alternativas para ter mais vendas nesses outros momentos do dia. Por exemplo, o buffet de pizza. É rápido, de olho em quem está no intervalo e quer ter uma opção para comer sem perder tempo", afirmou o executivo. De olho nesses testes, a IMC avalia incluir massas para a hora do almoço nos restaurantes, por exemplo.

Em relação ao KFC, a principal novidade fica com as lojas de rua. Nos últimos anos, a marca do tradicional balde de frango frito passou por uma expansão acelerada, indo de 50 restaurantes em 2019 para 160 em 2023, com a maior parte delas dentro de shopping centers. "Foi uma decisão acertada na época, mas agora vejo muita oportunidade de ir para rua, com lojas drive-thru, por exemplo, que abrem a possibilidade de mudar a oferta de produtos em uma ocasião de consumo diferente de uma praça de alimentação", afirmou Santoro. 

Uma curiosidade: hoje, no Brasil, o volume de sanduíches comercializados pela marca fica consideravelmente acima do praticado nos Estados Unidos e demais países da América Latina, onde o frango, acompanhado dos molhos, é o carro chefe. É essa diversificação que o executivo mira ao trazer mais lojas para as ruas, especialmente pensando no delivery. 

E, por fim, em relação ao Frango Assado, o foco é aumentar a quantidade de lojas nas estradas do país -- principal 'nicho' pelo qual os restaurantes são conhecidos. O raciocínio é o de que ainda há muitos espaços no Brasil onde não há uma opção como os restaurantes da marca, de olho em oferecer um conjunto de comodidades para quem está viajando: desde uma refeição rápida até espaços maiores, com área kids e pet, por exemplo. 

"A gente tem uma diversidade enorme de públicos na estrada. Tem desde o executivo que para porque quer tomar café, viagens de casais e de famílias inteiras. De olho em atender a todos, criamos um 'fast track', em que é possível ser atendido e sair rapidamente, até as áreas maiores, para quem procura um tempo maior de descanso antes de voltar à estrada. Começamos esse novo modelo com a nossa loja da Carvalho Pinto, a maior que temos, e depois vamos expandir para as demais esse novo conceito", disse o CEO.

Todas as inovações visam atender a um mercado ainda subaproveitado. Nas contas da IMC, hoje, os Estados Unidos têm perto de 60%, 70% das opções de refeição pertencentes a redes. No Brasil, esse percentual é de 10% a 12%. Para aproveitar o potencial que esse mercado oferece, a saída é oferecer comodidade (hoje, o delivery responde por 30% da receita da companhia) aliada à qualidade.

"Temos uma vantagem muito grande de lidar com marcas conhecidas, onde o cliente confia que pode ir e não vai passar mal. Segurança alimentar é um pilar muito forte para nossos clientes e que certamente vamos continuar desenvolvendo ao longo do tempo", diz Santoro.

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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.