ESG: você realmente se importa? Veja o recado desse CEO
O termo ESG e os compromissos que ele traz ao mundo corporativo são reais ou apenas uma tendência passageira?
Colunista
Publicado em 12 de abril de 2023 às 16h55.
Última atualização em 15 de maio de 2023 às 17h14.
Há poucos anos, o termo ESG virou a “bola da vez”. Só nos últimos quatro anos, o número de menções da sigla ESG cresceu 2.600% nas redes sociais, é o que revela uma pesquisa realizada pelo Pacto Global da ONU em parceria com a consultoria Stilingue.
Como consequência dessa tendência, os temas por ele englobados ( sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental e governança corporativa ), que antes eram tratados isoladamente, passaram a se abrigar sob o mesmo guarda-chuva.
As empresas estão levando as práticas de ESG a sério?
A corrida corporativa para adequação aos novos pilares de valor para a sociedade segue acelerada, mas há uma dúvida que sussurra teimosa aos ouvidos de quem exige ver para crer: a prática dos compromissos tão anunciados e defendidos existe de fato ou não passa de uma ação contínua de marketing “para inglês ver”?
Particularmente, sigo me questionando sobre diversos aspectos acerca do assunto. A conclusão à qual chego é que, se as promessas não estiverem diretamente relacionadas à sua essência, elas serão compromissos vazios, encenações. Com o intuito de adicionar algum elemento à questão, peço licença para fazer um breve link com experiências de caráter bastante pessoal.
Tenho minha origem conectada à filantropia. Meus avós eram vicentinos e demonstravam grande preocupação com as necessidades da nossa comunidade. Era natural para o meu núcleo familiar dedicar tempo e recursos para quem mais precisava. Com esses exemplos e valores, determinei como propósito de vida o desejo de fazer a diferença na vida da maior quantidade de pessoas possível, da melhor forma que eu pudesse.
Hoje, concluo que muito do que conquistei ⏤ pessoal e profissionalmente ⏤ relaciona-se com esse propósito definido há tanto tempo. A Engeform Engenharia, empresa da qual sou diretor-superintendente, por exemplo, faz a essência do seu negócio, a engenharia, algo que tem um pujante poder de transformação. Afinal, realiza obras e negócios de grande impacto socioambiental, como a despoluição do Rio Pinheiros, acesso à moradia de baixa renda, contribuição para a transformação da matriz energética nacional com fontes renováveis, hospitais que salvam tantas vidas, entre outras.
Transcendendo as atividades principais, felizmente, criamos uma cultura de fomento à educação dentro e fora da empresa, além de incentivo a projetos sociais. A verdade é que, para nós, a ESG suscita valores com os quais trabalhamos desde o berço da nossa empresa. Ainda há muito a se caminhar, mas muita estrada já foi trilhada nesses 46 anos de história.
Contudo, a questão que levanto é que a ESG tem todo o mote para que lobos se vistam de cordeiros e divulguem discursos fáceis e ações demagógicas. Todos querem estar nos holofotes, e muitos até merecem a audiência, mas será que tudo aquilo que gritam aos quatro ventos está mesmo conectado à sua própria essência?
Em um mundo tão egoísta e avarento, há muita mídia focada em quem poderia fazer, divulga que faz e, no fim, não faz nada ou quase nada; e pouca valorização àqueles que nem podem tanto, porém se dispõem a ajudar como podem.
Felizmente, há pessoas generosas, valorosas, valiosas, e para a minha sorte, muitas conectadas à minha rede pessoal e profissional. Nós queremos estar ao lado delas, fazendo o que pudermos para tentar transformar este mundo em um lugar melhor para se viver agora e para as próximas gerações. Afinal, sem ação, ESG é só um cartaz bonito; é coisa para inglês ⏤ e o mundo todo ⏤ ver.