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Dafiti insere o brechó EMIGÊ - Moda Circular na plataforma e passa a vender roupas usadas

Com o espaço, a Dafiti tem o objetivo de estimular o consumo consciente na moda, um dos setores mais poluentes do mundo

Diego Mazon e Maria Gedeon, fundadores da Emigê (Julio Rua/Reprodução)

Diego Mazon e Maria Gedeon, fundadores da Emigê (Julio Rua/Reprodução)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 12 de outubro de 2023 às 08h00.

A varejista online de moda Dafiti anuncia a criação da seção EMIGÊ - Moda Circular, loja que oferece produtos usados em boas condições e preços mais acessíveis quando comparado com o item novo. Com o espaço, o e-commerce tem o objetivo de estimular o consumo consciente.

"Em 2022, iniciamos a nossa estratégia de sustentabilidade 2030 e, desde então, começamos a buscar um parceiro que pudesse nos acompanhar nessa jornada da moda circular. O nosso objetivo era encontrar uma marca que, junto com a Dafiti, mostrasse a importância de estender a vida útil das peças e de aderir a um consumo mais consciente. Foi assim que nos conectamos à EMIGÊ", diz Cristiano Medeiros, gerente de Sustentabilidade da Dafiti.

Para ele, achegada da EMIGÊ - Moda Circular à Dafiti é uma oportunidade para que novas pessoas conheçam a moda circular. Pela primeira vez em um marketplace, a EMIGÊ disponibiliza produtos de diversas marcas nacionais e internacionais, como Banana Republic e Le Lis Blanc, que mudam de acordo com a rotatividade das vendas.

"Esse projeto nos ajuda a transformar nossa cadeia de fornecimento ao reduzir a extração de recursos, o que diminui o desperdício e os impactos ambientais. A EMIGÊ é uma empresa jovem, com DNA de sustentabilidade e alinhada aos compromissos da Dafiti. Trazer a marca para o nosso portfólio é uma forma de impactar de forma positiva todo o ecossistema da moda, estimulando a reutilização e expandindo as possibilidades de roupas e acessórios para novos consumidores", afirma.

Para Diego Mazon, CEO e fundador da marca, parcerias desse porte mostram a relevância da moda circular. "Estamos oferecendo aos clientes uma oportunidade única de adquirir peças exclusivas, a preços acessíveis, com qualidade e estilo, enquanto contribuem ativamente para a redução do desperdício têxtil e a preservação de nossos preciosos recursos naturais. Nós acreditamos que a moda do futuro é circular."

De acordo com Maria Gedeon, fundadora e head de produto, a cada peça vendida na Dafiti, há o aumento do ciclo de vida do produto e a redução de 80% do impacto ambiental gerado na produção. "Em dois anos, por meio do modelo de negócio, economizamos cerca de 120 milhões de litros de água, evitamos a emissão de cerca de 300 toneladas de CO2 na atmosfera e doamos mais de 25.000 peças de roupas para a ONG Lalec, que ajuda crianças em situação de vulnerabilidade. Acreditamos que, com a parceria com a Dafiti, nosso impacto será ainda maior".

Sustentabilidade na Dafiti

A Dafiti afirma reunir outros projetos ligados ao pilar da sustentabilidade. No final de julho, a empresa lançou o Dafiti Circula, que distribui pela cidade de São Paulo pontos de coleta, nos quais os consumidores conseguem destinar roupas que não usam mais.

Desde 2021, a companhia também oferece o Dafiti Eco, catálogo de produtos com atributos sustentáveis que engloba grandes marcas, como Adidas, GAP e Hering, e integram, ao menos, um dos pilares de atuação. "Em 2022, reduzimos 33% das emissões totais da pegada de carbono, em relação a 2021. Além disso, 80% das nossas embalagens são sustentáveis e no tema resíduos conquistamos a Certificação Lixo Zero, que garante que nenhum resíduo gerado no Centro de Distribuição é destinado aos aterros", diz Cristiano.

Circularidade nas varejistas de moda no Brasil

O tema da circularidade vem ganhando espaço nos varejos de moda do Brasil. Na Renner, por exemplo, foi iniciado em 2011 um programa de logística reversa para embalagens e frascos de perfumaria e cosméticos, e em 2017 para roupas. Em 2022, foram 11,5 toneladas de peças de vestuário coletadas. Outra frente da companhia é por meio da plataforma Repassa, adquirida em 2021. Nela, os clientes enviam suas roupas para que sejam exibidas e vendidas no brechó online. 

Já na C&A, o Movimento Reciclo, promove o recolhimento de peças de qualquer marca na maioria das lojas. Ao depositar uma peça nas urnas verdes do programa, abrem-se três possíveis caminhos para destinação: o da doação para ONGs e ações humanitárias; da reciclagem quando a peça não é apropriada para doação, como no caso de roupas íntimas; e da confecção de novas peças a partir do uso dos fios. A iniciativa permitiu que a varejista lançassem a linha Ciclos, de peças novas a partir de fios reciclados.

No  moletom Des.a.fio, a Malwee utiliza 85% de fios a partir de roupas usadas e 15% de fibra pet (a partir de garrafas pet). Este é o segundo lançamento do moletom da marca, mas com maior circularidade, visto que o modelo anterior, de 2022, tinha 70% de roupas usadas e 30% de fibra complementar.

Assim, a circularidade na moda segue por meio dos inúmeros pequenos brechós físicos ao redor do Brasil, as iniciativas online individuais, ou por meio de parceiras como é o caso da Dafiti com a Emigê. As ações são essenciais para mitigação dos efeitos nocivos a partir das mudanças climáticas, uma vez que a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, atrás apenas da indústria petrolífera -- de acordo com o levantamento da Global Fashion Agenda, mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados em anos recentes.

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