COP29 aprova US$ 300 bi para financiamento climático após muito impasse
Após críticas à modesta meta de US$ 250 bi anuais, divulgada no rascunho do acordo final, países desenvolvidos ampliaram valor para US$ 300 bi; fim das tratativas estava prometido para o domingo, 24
Editora ESG
Publicado em 23 de novembro de 2024 às 21h01.
Última atualização em 23 de novembro de 2024 às 22h44.
Enquanto delegados permaneciam em discussões reservadas da madrugada de sexta, 22, para este sábado,23, passou a circular informalmente desde cedo, uma nova proposta de meta de financiamento que embasaria o acordo final da COP29, contemplando uma estimativa de US$ 300 bilhões, superior aos US$250 bilhões sugeridos inicialmente.
Após a cerimônia protocolar de encerramento, que já havia sido adiada depois que o prazo de finalização da Cúpula não se cumpriu, veio a promessa - e uma maior pressão - da presidência da Conferência do Azerbaijão para uma finalização, definitiva, neste domingo, 24.
E então, na noite deste sábado, madrugada do domingo em Baku, o acordo final foi formalizado após um processo marcado por frustrações, muitos entraves para o consenso e atrasado em um dia.
Numa avaliação preliminar, o Instituto Talanoa ponderou que, caso confirmado, o acordo representaria "um ponto de partida, mas não o teto". Já a World Wide Fund for Nature (WWF) considerou que o resultado da COP29 pode atrasar ações climáticas precisamente no momento em que a aceleração destas é mais crítica e necessária.
Em nota divulgada à imprensa, a organização afirma que "apesar de uma presidência de COP fraca e autoritária, em Baku tivemos avanços na consolidação do Artigo 6º, com a operacionalização de um sistema internacional de comércio de emissões e cooperação entre os países para a implementação de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), fechando o livro de regras do Acordo de Paris e possibilitando, finalmente, sua implementação".
Entretanto, considera que o valor anunciado insuficiente para as ações de mitigação. E ressalta que o acordodesconsidera esforços urgentes e necessários para adaptação e para perdas e danos, afetando de forma desproporcional países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares, que menos contribuem para a emissão dos gases de efeito estufa.
"Além disso, esta COP não conseguiu enviar um sinal suficientemente forte sobre a necessidade de reduzir rapidamente as emissões e eliminar gradualmente os combustíveis fósseis ", lembra o comunicado da WWF.