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União Europeia quer acordo climático mais rígido neste ano

Líderes da União Europeia querem colocar urgência no debate sobre a mudança climática antes da conferência internacional de Paris no final do ano

Emissões: União Europeia é responsável somente por cerca de nove por cento de todas as emissões (Gettyimages)
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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 16h23.

Bruxelas - Líderes da União Europeia querem introduzir na lei internacional uma meta de corte de emissões globais de poluentes de 60 por cento até 2050, de acordo com o rascunho de um documento que coloca o bloco em rota de colisão com os grandes poluidores.

A União Europeia está determinada a instilar urgência no debate sobre a mudança climática antes da conferência internacional de Paris no final do ano, que irá tentar substituir o Protocolo de Kyoto sobre a contenção dos gases do efeito estufa.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia, o executivo da UE, irá publicar uma série de diretrizes para lidar com a mudança climática.

Um esboço visto pela Reuters confirma que os países-membros do bloco pretendem fazer suas próprias promessas a respeito do corte nas emissões até o final de março, e diz que outras nações de ponta, como China e Estados Unidos, deveriam fazer o mesmo.

“No total, estes compromissos – alinhados com a ciência – devem colocar o mundo no caminho certo para reduzir as emissões globais em 2050 em pelo menos 60 por cento abaixo dos níveis de 2010”, afirma o documento visto pela Reuters.

A União Europeia é responsável somente por cerca de nove por cento de todas as emissões. Os maiores poluidores são a China, que representa 24 por cento das emissões globais de gases do efeito estufa, e os EUA, com 12 por cento.

O documento da UE também propõe que o acordo de 2015 “deveria de preferência ser na forma de um protocolo”, que é a opção legal mais severa. Isso pode gerar resistência dos chineses e norte-americanos, que provavelmente irão preferir arranjos menos rígidos que uma lei internacional vinculante.

As opções no rascunho de texto para negociação para as conversas parisienses vão do pedido de algumas nações em desenvolvimento para zerar as emissões globais até 2050, o que significa que todas as emissões de gases do efeito estufa teriam que ser compensadas por projetos como o plantio de árvores, até metas vagas para limitar as emissões. Líderes da UE dizem que prazos curtos para cortes substanciais são essenciais, já que dão tempo para constranger os países que não oferecem nenhuma ação para que prometam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa.

O documento ainda afirma que em novembro a Comissão Europeia irá organizar uma conferência internacional para enfatizar o entendimento sobre a importância das promessas, conhecidas como propostas de contribuições determinadas nacionalmente (INDCs, na sigla em inglês).

O relatório pede a adoção de avaliações de progresso periódicas, já que é improvável que o acordo de Paris renda comprometimentos nacionais suficientes para manter o aquecimento global abaixo do nível de dois graus Celsius que os cientistas afirmam poder evitar as consequências mais devastadoras em termos de inundações, secas e outros eventos climáticos extremos.

Um novo estudo, publicado na revista científica Oikos, mostra que dois fatores principais são importantes para a sobrevivência das cabras: as horas de claridade do dia e a temperatura. Para os caprinos da Escócia, que sofrem com o frio das áreas mais elevadas do norte do país, o aquecimento global pode ser uma dádiva. A elevação das temperaturas parece estar tornando a vida um pouco mais fácil para os animais da região, que já começam a marcar território. O aumento da população de cabra selvagem e a mudança de seu habitat foi documentada pelo pesquisador britânico Robin Dunbar, da Universidade de Oxford e seu colega Jianbin Shi.
  • 2. Adeus ao cafezinho

    2 /8(Alex Silva)

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    O nosso querido cafezinho também corre riscos. Segundo uma nova pesquisa, publicada na revista científica Plos One, essa bebida tradicional pode sumir do cardápio dentro de 70 anos devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O estudo realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
  • 3. Aumento de problemas cardíacos

    3 /8(David Silverman/Getty Images)

  • É bom preparar o coração para as mudanças. Eventos climáticos extremos de calor e frio se tornarão mais comuns e isso vai colocar pressão sobre o coração das pessoas, dizem os cientistas. Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que a queda de temperatura de 1ºC em um único dia no Reino Unido está ligado ao aumento de 200 ataques cardíacos. Ondas de calor também geram efeito semelhante. Mais de 11 mil pessoas morreram por complicações cardíacas durante a onda de calor que atingiu a França na primeira metade de agosto de 2003, quando as temperaturas subiram para mais de 40ºC.
  • 4. Queda na capacidade trabalho

    4 /8(Getty Images)

    Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%. Pior, a previsão é de que “estresse térmico” poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
  • 5. Maratonas mais lentas

    5 /8(Einar Hansen/ StockXchng)

    Embora o tempo dos vencedores de maratonas tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas. Um estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.
  • 6. Uvas não curtem calor, logo...

    6 /8(Getty Images)

    As uvas vinícolas são uma das culturas mais sensíveis ao calor, chuvas, incidências de sol e mudanças bruscas no clima. Não à toa, elas estão na mira do aquecimento global. Segundo estudos mais recentes, a produção de vinhos em regiões consagradas, como Bordeaux, na França, pode cair cerca de 60% até 2050. Em contrapartida, a mudança climática poderia também abrir outras partes do mundo para a produção de uvas, uma vez que os produtores teriam que procurar lugares mais altos e mais frios.
  • 7. Mais metano, mais aquecimento

    7 /8(Ian Joughin, University of Washington)

    Os efeitos do aquecimento global, acredite, também podem gerar mais aquecimento global. Estudo recente, publicado na revista Nature por uma equipe internacional de cientistas, mostrou que o degelo no continente antártico pode ser uma fonte importante, embora esquecida, de metano, um gás efeito estufa com potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o do CO2. Ou seja, o derretimento do gelo pode liberar milhões de toneladas desse gás na atmosfera e agravar o aquecimento global.
  • 8. Guarda-chuva para os Pólos?

    8 /8(Divulgação)

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