Economia

UE e Mercosul desistem de formalizar acordo vantajoso para o Brasil

O Mercosul e a União Européia suspenderam os planos de acordos comerciais bilaterais entre os países dos dois blocos. Desde a semana passada, negociadores tentavam formalizar as relações bilaterais para determinados produtos - inclusive agrícolas. De acordo com o britânico Financial Times desta quinta-feira (22/4), a base do comércio bilateral entre os dois blocos continuará […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

O Mercosul e a União Européia suspenderam os planos de acordos comerciais bilaterais entre os países dos dois blocos. Desde a semana passada, negociadores tentavam formalizar as relações bilaterais para determinados produtos - inclusive agrícolas. De acordo com o britânico Financial Times desta quinta-feira (22/4), a base do comércio bilateral entre os dois blocos continuará sendo informal.

Reunidos desde o último final de semana em Buenos Aires, Argentina, os negociadores confirmaram ao jornal que a decisão foi tomada em reação a uma outra reportagem do Financial Times, publicada na semana passada (leia aqui) e que revelou a base do acordo oferecido pela UE ao Mercosul: para suavizar a resistência do Mercosul à posição da UE sobre subsídios agrícolas negociados em Doha, os europeus ofereceram vantagens comerciais ao Brasil e à Argentina. "O ambiente ficou muito tumultuado para continuar com as ofertas formais", disse um negociador do Mercosul ao jornal.

Ainda segundo fontes do jornal, o acordo - agora informal - estende as concessões a todos os bens atualmente produzidos pelo Mercosul, com exceção do açúcar, que é fortemente protegido na UE. Isso significa que mais de 950 produtos difíceis de serem negociados - principalmente produtos agrícolas - serão incluídos no acordo entre os dois blocos pela primeira vez. Alguns terão suas tarifas reduzidas ao longo de dez anos. Os produtos mais delicados, como carne e laticínios, serão negociados por um sistema de cotas, ainda não detalhado.

Em troca, o Mercosul propôs concessões sobre regras de investimentos e serviços. Em particular, melhores condições para empresas européias que desejem investir nos setores financeiro e de telecomunicações. "As companhias européias poderão ter acesso a nosso mercado e ser tratadas exatamente da mesma maneira que empresas nacionais. Elas terão garantido o princípio da não-discriminação", disse o oficial.

O Financial Times afirma que enquanto as autoridades continuam confiantes em chegar a um acordo até outubro, nenhum lado está satisfeito. Além disso, mudar para uma base informal significa que ambos os lados podem retirar suas ofertas se sentirem que não obtiveram benefícios equivalentes em outras áreas.

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