Substituto de Torós no BC é ligado à Fazenda
Por AE São Paulo - O mercado financeiro, especialmente o de juros, repercutirá hoje a troca do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC). Sai um representante da iniciativa privada, Mário Torós, ex-executivo do banco Santander, e entra um profissional ligado ao Banco do Brasil (BB), Aldo Luiz Mendes. "É um homem do (ministro […]
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2009 às 08h21.
Por AE
São Paulo - O mercado financeiro, especialmente o de juros, repercutirá hoje a troca do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC). Sai um representante da iniciativa privada, Mário Torós, ex-executivo do banco Santander, e entra um profissional ligado ao Banco do Brasil (BB), Aldo Luiz Mendes. "É um homem do (ministro da Fazenda Guido) Mantega no coração do BC", afirmou um analista que pediu para não ser identificado.
Fontes que conhecem Mendes discordam. "Ele não é um homem do Mantega. É uma pessoa qualificada, que poderá fazer a interlocução entre a Fazenda e o BC", afirmou um profissional próximo do ex-vice-presidente do BB e atual presidente da Companhia de Seguros Aliança do Brasil (subsidiária do banco). Quando o governo trocou o presidente do BB - Antônio Francisco de Lima Neto deu lugar a Aldemir Bendine -, Mendes foi um dos vice-presidentes mantidos no cargo. Ele deixou a função há cerca de três meses para assumir a seguradora.
O martelo em torno do nome de Mendes foi batido na sexta-feira, dia em que a polêmica entrevista de Torós ao jornal Valor Econômico foi publicada. O ex-diretor do BC disse que o ministro foi um dos principais responsáveis pela disparada do dólar no auge da crise global.
Segundo Torós, Mantega teria dito, em uma entrevista coletiva concedida no dia 6 de outubro, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva proibira o Banco Central de gastar dólares das reservas internacionais para tentar segurar a cotação. A moeda americana, segundo o relato de Torós, teria imediatamente saltado de R$ 2,19 para R$ 2,45.
De fato, houve uma forte alta da cotação do dólar naqueles dias, mas em uma dimensão inferior à do relato - na sexta-feira anterior, dia 3 de outubro, a moeda fechara a R$ 2,04. No dia 6, avançou para R$ 2,20. No dia 7, subiu mais ainda, para R$ 2,31. Assessores de Mantega passaram a sexta-feira e o fim de semana reunindo recortes de jornal e cópias de notícias de agências para provar que o ministro nunca disse aquilo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.