Exame Logo

Sem MP dos Portos, governo pode licitar áreas portuárias

Segundo fonte, governo irá licitar as aéras portuárias caso não seja aprovada a Medida Provisória dos Portos

Porto de Suape, em Pernambuco: MP é considerada pela presidente Dilma Rousseff como essencial para dar competitividade ao setor, um dos principais gargalos para o crescimento do país (Leo Caldas/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2013 às 10h13.

Brasília - O governo vai licitar todas as áreas portuárias com contratos firmados antes de 1993 e que estejam vencidos, sem considerar qualquer pedido de renovação, caso a Medida Provisória dos Portos não seja aprovada no Congresso até 16 de maio, disse à Reuters uma fonte do governo, que pediu anonimato.

Essa seria a primeira reação do Palácio do Planalto se o marco regulatório dos portos não for aprovado, o que também demonstra que o governo já trabalha com o cenário de não aprovação da medida. A MP é considerada pela presidente Dilma Rousseff como essencial para dar competitividade ao setor, um dos principais gargalos para o crescimento do país.

Se a MP não for aprovada na Câmara e no Senado até o dia 16 -data em que ela perde a validade, seria o primeiro marco regulatório proposto por Dilma a naufragar no Congresso. Isso representaria uma grande derrota e abriria margem para novas críticas da oposição e dos possíveis candidatos à Presidência em 2014.

Na quinta-feira, Dilma convocou o vice-presidente Michel Temer, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP) e cobrou empenho de todos na aprovação da MP, mas reafirmou que não abriria novas negociações sobre pontos que o Congresso pretende mudar do texto original.

Apesar de tratar a reação como "Plano B" do governo, a fonte do governo disse acreditar que a MP será aprovada a tempo no Congresso.

A ameaça de licitar todas as áreas contratadas antes de 1993, quando entrou em vigor o atual marco regulatório, pode ajudar na aprovação da medida provisória se outros grupos empresariais interessados em mudanças introduzidas pela MP pressionarem os parlamentares para que esses avanços não sejam comprometidos. Essa é a aposta do governo.

"O governo considera que já negociou e cedeu até onde podia", disse a fonte, lembrando da possibilidade, por exemplo, de renovação antecipada dos contratos de concessão firmados depois de 1993.

Mesmo se aprovada a tempo, a medida conta com mudanças em relação ao texto original que desagradam o governo e que já são alvo de ameaças de veto pela presidente. Os "Portos Indústria", por exemplo, que mantêm prerrogativas para empresas em terminais de uso privativo, são prejudiciais ao aumento da competitividade na avaliação do governo.

Na terça-feira, duas fontes próximas às negociações revelaram a preocupação do governo com a possibilidade de a MP dos Portos não ser aprovada e apontaram a condução das negociações, que ficou a cargo da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e as resistências de Dilma em negociar alguns pontos como as principais dificuldades para a tramitação mais célere da matéria no Congresso.

Entretanto, segundo declarou à Reuters na quinta-feira a fonte do governo, o relator da MP, senador e líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), também pode ser responsabilizado por Dilma pela queda do marco regulatório, o que poderia inclusive resultar na sua substituição na liderança do governo.

Veja também

Brasília - O governo vai licitar todas as áreas portuárias com contratos firmados antes de 1993 e que estejam vencidos, sem considerar qualquer pedido de renovação, caso a Medida Provisória dos Portos não seja aprovada no Congresso até 16 de maio, disse à Reuters uma fonte do governo, que pediu anonimato.

Essa seria a primeira reação do Palácio do Planalto se o marco regulatório dos portos não for aprovado, o que também demonstra que o governo já trabalha com o cenário de não aprovação da medida. A MP é considerada pela presidente Dilma Rousseff como essencial para dar competitividade ao setor, um dos principais gargalos para o crescimento do país.

Se a MP não for aprovada na Câmara e no Senado até o dia 16 -data em que ela perde a validade, seria o primeiro marco regulatório proposto por Dilma a naufragar no Congresso. Isso representaria uma grande derrota e abriria margem para novas críticas da oposição e dos possíveis candidatos à Presidência em 2014.

Na quinta-feira, Dilma convocou o vice-presidente Michel Temer, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP) e cobrou empenho de todos na aprovação da MP, mas reafirmou que não abriria novas negociações sobre pontos que o Congresso pretende mudar do texto original.

Apesar de tratar a reação como "Plano B" do governo, a fonte do governo disse acreditar que a MP será aprovada a tempo no Congresso.

A ameaça de licitar todas as áreas contratadas antes de 1993, quando entrou em vigor o atual marco regulatório, pode ajudar na aprovação da medida provisória se outros grupos empresariais interessados em mudanças introduzidas pela MP pressionarem os parlamentares para que esses avanços não sejam comprometidos. Essa é a aposta do governo.

"O governo considera que já negociou e cedeu até onde podia", disse a fonte, lembrando da possibilidade, por exemplo, de renovação antecipada dos contratos de concessão firmados depois de 1993.

Mesmo se aprovada a tempo, a medida conta com mudanças em relação ao texto original que desagradam o governo e que já são alvo de ameaças de veto pela presidente. Os "Portos Indústria", por exemplo, que mantêm prerrogativas para empresas em terminais de uso privativo, são prejudiciais ao aumento da competitividade na avaliação do governo.

Na terça-feira, duas fontes próximas às negociações revelaram a preocupação do governo com a possibilidade de a MP dos Portos não ser aprovada e apontaram a condução das negociações, que ficou a cargo da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e as resistências de Dilma em negociar alguns pontos como as principais dificuldades para a tramitação mais célere da matéria no Congresso.

Entretanto, segundo declarou à Reuters na quinta-feira a fonte do governo, o relator da MP, senador e líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), também pode ser responsabilizado por Dilma pela queda do marco regulatório, o que poderia inclusive resultar na sua substituição na liderança do governo.

Acompanhe tudo sobre:GovernoInfraestruturaPortosTransportestransportes-no-brasil

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame