Caixa-eletrônico: segundo S&P, a continuação do crédito fácil aumentaria ainda mais o fardo de dívida das famílias brasileiras (Alexandre Battibugli/INFO)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 17h40.
São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) afirmou nesta quinta-feira, 24, em relatório sobre os sistemas bancários das maiores economias emergentes do mundo, que os desequilíbrios econômicos do Brasil aumentaram, recentemente, por causa da contínua expansão do crédito no País.
"Isso ocorreu, principalmente, após o recente impulso de bancos estatais em meio ao lento crescimento da economia nos últimos anos", afirmou. De acordo com a S&P, a continuação do crédito fácil aumentaria ainda mais o fardo de dívida das famílias brasileiras, deixando o sistema financeiro sujeito a riscos.
O parecer da S&P engloba Brasil, Rússia, Índia, China, México e Turquia (o chamado grupo BRICMT ). A agência de classificação de risco alertou que, nesses países, o débito das famílias em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) cresceu mais rapidamente do que o PIB per capita, com exceção da Índia, onde os empréstimos aumentam mais devagar, com os bancos adotando posição mais cautelosa.
"Após ter desacelerado mais que o esperado em 2012, prevemos que o crescimento do crédito nesses seis países vai se recuperar em 2013 e 2014. As perspectivas de mais crédito nos BRICMT são favoráveis, na medida em que o relativamente forte crescimento do PIB desses países antes de 2012 ajudou a protegê-los da estagnada economia global", avaliou.
A S&P prevê que essas seis nações crescerão uma média de 3,5% este ano, ante 2,3% de aumento nos Estados Unidos, 0,6% na Grã-Bretanha e 2,2% no Japão. "Segundo nosso cenário base, o Brasil terá um moderado fortalecimento e a China deve crescer 7,3%, mas o crescimento vai desacelerar no México e na Índia", afirma o documento. "Acreditamos que a expansão do crédito será maior na Turquia, na Rússia e no Brasil, mas menor na Índia e no México."
Em relação ao fluxo de capital externo, a agência de classificação disse que o efeito de uma possível fuga de capital provocada pela política do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) nos setores bancários do Brasil, Rússia, China, Índia e México será "moderado" por causa da modesta necessidade de financiamento externo desses países. A S&P destacou ainda que, no caso do Brasil e da Índia, os ratings (notas) das instituições financeiras têm perspectiva negativa, refletindo a expectativa do rating soberano desses países.