Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Valor mínimo necessário para sustentar família tem 6ª queda seguida no ano

Apesar dos recuos, o salário mínimo ideal ainda fica 3,9 vezes maior do que o vigente, de R$ 998, diz Dieese

Modo escuro

Família: de quanto o brasileiro precisa para sustentar uma família de 4 pessoas? (Mauricio Santana/Getty Images)

Família: de quanto o brasileiro precisa para sustentar uma família de 4 pessoas? (Mauricio Santana/Getty Images)

L
Ligia Tuon

Publicado em 9 de novembro de 2019, 08h00.

Última atualização em 9 de novembro de 2019, 09h00.

São Paulo — O salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas caiu para R$ 3.978,63 em outubro, o menor valor desde janeiro. Apesar de pequena, a queda é a sexta consecutiva do ano, de acordo com levantamento mensal feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em setembro, esse número era de R$ 3.980,82. Em outubro do ano passado, R$ 3.783,39. Apesar dos recentes recuos, o salário mínimo ideal ainda fica quatro vezes maior do que o valor vigente, de R$ 998.

A teoria econômica sugere, no entanto, que um aumento súbito do mínimo para este patamar causaria desemprego em massa e impacto devastador sobre as contas públicas.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 mostra que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo tem impacto de cerca de R$ 300 milhões em gastos anuais nos benefícios previdenciários.

O cálculo do Dieese é feito com base no valor da cesta básica mais cara no mês, a de São Paulo, e cobriria, em tese, todos os gastos necessários com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

O órgão destaca uma tendência de queda, entre setembro e outubro, nos preços da batata, pesquisada na região Centro-Sul, e da manteiga. Já as cotações do óleo de soja, da carne bovina de primeira e da farinha de trigo, pesquisada na região Centro-Sul, aumentaram na maior parte das cidades.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido (após o desconto da Previdência Social), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 43,80% da sua remuneração para adquirir os produtos. Esse percentual foi semelhante ao de setembro (43,68%).

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta em outubro totalizou 88 horas e 39 minutos, e, em setembro, 88 horas e 25 minutos.

Sem ajuste real

No início de outubro, o Congresso Nacional aprovou o texto-base da LDO de 2020 com reajuste do salário mínimo apenas pela inflação, indo de R$ 998 para R$ 1.039 a partir de janeiro do ano que vem. O governo nega que o fim do reajuste real seja uma nova política permanente e diz que ainda vai divulgar um plano para os anos seguintes.

A regra de reajustes reais no salário mínimo, calculados pelo INPC – que mede a inflação para a população mais pobre -, mais a variação do PIB de dois anos antes, foi criada pelo governo Lula, virou lei em 2012 no governo Dilma e expirou este ano.

Neste período, não houve alta real do mínimo em apenas dois anos: 2017 e 2018, pois foram os anos cujo cálculo tomou como referência os anos de recessão: 2015 e 2016.

Últimas Notícias

ver mais
Governo deve antecipar reoneração do diesel para bancar desconto em carro popular
Economia

Governo deve antecipar reoneração do diesel para bancar desconto em carro popular

Há 15 horas
Repasse de R$ 27 bilhões da União para os Estados é homologado pelo STF
Economia

Repasse de R$ 27 bilhões da União para os Estados é homologado pelo STF

Há um dia
Descontos para carro popular vão durar só quatro meses; entenda
Economia

Descontos para carro popular vão durar só quatro meses; entenda

Há um dia
Sem conter gasto público, arcabouço fiscal pode depender do aumento de impostos, alerta Zeina Latif
Economia

Sem conter gasto público, arcabouço fiscal pode depender do aumento de impostos, alerta Zeina Latif

Há um dia
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais