Projeção do IPC passou de 0,69% para 0,79%, diz Fipe
O coordenador da pesquisa, André Chagas, explicou que o aumento foi retroativo a maio, por isso o impacto sobre o grupo Saúde veio acima do previsto
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2015 às 16h26.
São Paulo - A elevação de 0,72% no Índice de Preços ao Consumidor ( IPC ) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas ( Fipe ) veio acima do esperado pela instituição principalmente devido ao reajuste concedido nos contratos em assistência médica.
O coordenador da pesquisa, André Chagas, explicou que o aumento foi retroativo a maio, por isso o impacto sobre o grupo Saúde veio acima do previsto e deve se estender até agosto.
"Em linhas gerais, o resultado de hoje é uma surpresa ruim e nos forçou a rever a previsão para o fim do mês de 0,69% para 0,79%", afirmou, ressaltando também pressões nos grupos de Alimentação e Despesas Pessoais.
Chagas afirmou que os itens bebidas alcoólicas (0,54%), roupa masculina (0,69%) e viagem e excursão (5,74%) tiveram variações acima do esperado e devem seguir nesta linha na última quadrissemana do mês e possivelmente no início de agosto.
Como fontes de pressão altista, o coordenador do IPC citou ainda alimentos semielaborados (1,27%) e in natura. "Legumes fecham perto de 7% de alta na comparação com igual quadrissemana do mês anterior", destacou.
O reajuste nas tarifas de água e esgoto seguiu puxando o IPC para cima, mas a tendência é de dissipação do efeito nas próximas leituras. "Nessa semana foi ápice da variação do item no IPC, com alta 10,72%.
A partir da próxima semana deve começar a diminuir o impacto", estimou. Chagas alerta, no entanto, para outro preço administrado que deve voltar a influenciar o índice, o de energia elétrica.
"Com o aumento de 17,04% autorizado para a Eletropaulo, vamos captar variações de energia que compensarão a taxa de água", pontuou.
Este cenário reforça a percepção de que a inflação em 2015 é, predominantemente, devido à correção de preços administrados. "Dos 5,85% acumulados até junho, praticamente 3 pontos porcentuais são relativos a administrados", afirmou.
No sentido contrário, a gasolina aparece dando alívio à alta de preços, mas como reflexos da queda nos preços do etanol.
Também do lado baixista, produtos industrializados e bens duráveis, que tiveram altas expressivas em junho, passaram a registrar quedas nesta leitura.
"Fogão aparece com retração de 10%, geladeira com queda de quase 4% e máquina de lavar com -3,4%", destacou Chagas, comparando os preços com a terceira quadrissemana de junho.
Ele ressalta que este e outros segmentos, que vinham contribuindo para a inflação elevada começam a dar sinais de saturação refletindo, possivelmente, a situação de deterioração da demanda.
Neste sentido, aparecem os alimentos industrializados, que devem aliviar a pressão nas próximas leituras, como cafés, achocolatados, biscoitos, óleos, açúcares e alimentos semiprontos. "Todos já apresentam quedas na ponta", disse.
Sobre o comportamento dos preços nos próximos meses, Chagas avaliou ser necessário aguardar entre dois e três meses até haver evidências do real impacto da política monetária sobre a demanda.
"A dúvida é como e quando a indústria começa com descontos mais fortes para provocar o realinhamento de preços e de produção", afirmou.
São Paulo - A elevação de 0,72% no Índice de Preços ao Consumidor ( IPC ) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas ( Fipe ) veio acima do esperado pela instituição principalmente devido ao reajuste concedido nos contratos em assistência médica.
O coordenador da pesquisa, André Chagas, explicou que o aumento foi retroativo a maio, por isso o impacto sobre o grupo Saúde veio acima do previsto e deve se estender até agosto.
"Em linhas gerais, o resultado de hoje é uma surpresa ruim e nos forçou a rever a previsão para o fim do mês de 0,69% para 0,79%", afirmou, ressaltando também pressões nos grupos de Alimentação e Despesas Pessoais.
Chagas afirmou que os itens bebidas alcoólicas (0,54%), roupa masculina (0,69%) e viagem e excursão (5,74%) tiveram variações acima do esperado e devem seguir nesta linha na última quadrissemana do mês e possivelmente no início de agosto.
Como fontes de pressão altista, o coordenador do IPC citou ainda alimentos semielaborados (1,27%) e in natura. "Legumes fecham perto de 7% de alta na comparação com igual quadrissemana do mês anterior", destacou.
O reajuste nas tarifas de água e esgoto seguiu puxando o IPC para cima, mas a tendência é de dissipação do efeito nas próximas leituras. "Nessa semana foi ápice da variação do item no IPC, com alta 10,72%.
A partir da próxima semana deve começar a diminuir o impacto", estimou. Chagas alerta, no entanto, para outro preço administrado que deve voltar a influenciar o índice, o de energia elétrica.
"Com o aumento de 17,04% autorizado para a Eletropaulo, vamos captar variações de energia que compensarão a taxa de água", pontuou.
Este cenário reforça a percepção de que a inflação em 2015 é, predominantemente, devido à correção de preços administrados. "Dos 5,85% acumulados até junho, praticamente 3 pontos porcentuais são relativos a administrados", afirmou.
No sentido contrário, a gasolina aparece dando alívio à alta de preços, mas como reflexos da queda nos preços do etanol.
Também do lado baixista, produtos industrializados e bens duráveis, que tiveram altas expressivas em junho, passaram a registrar quedas nesta leitura.
"Fogão aparece com retração de 10%, geladeira com queda de quase 4% e máquina de lavar com -3,4%", destacou Chagas, comparando os preços com a terceira quadrissemana de junho.
Ele ressalta que este e outros segmentos, que vinham contribuindo para a inflação elevada começam a dar sinais de saturação refletindo, possivelmente, a situação de deterioração da demanda.
Neste sentido, aparecem os alimentos industrializados, que devem aliviar a pressão nas próximas leituras, como cafés, achocolatados, biscoitos, óleos, açúcares e alimentos semiprontos. "Todos já apresentam quedas na ponta", disse.
Sobre o comportamento dos preços nos próximos meses, Chagas avaliou ser necessário aguardar entre dois e três meses até haver evidências do real impacto da política monetária sobre a demanda.
"A dúvida é como e quando a indústria começa com descontos mais fortes para provocar o realinhamento de preços e de produção", afirmou.