Economia

Presidente do BCE critica protecionismo em Jackson Hole

De acordo com o economista italiano, "um dos ingredientes essenciais para incrementar a produtividade é a abertura"

Jackson Hole: segundo o presidente do BCE, o envelhecimento da população pressiona as finanças públicas (Jade Barker/Reuters)

Jackson Hole: segundo o presidente do BCE, o envelhecimento da população pressiona as finanças públicas (Jade Barker/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 17h22.

Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, defendeu nesta sexta-feira os mercados abertos e disse que "o protecionismo representa um risco sério para o crescimento continuado da produtividade".

"Nossas discussões estão voltadas agora não só para como estabilizar a economia, mas em como torná-la mais dinâmica, melhorando ao mesmo tempo o conforto da população", afirmou Draghi no encontro anual de chefes de bancos centrais em Jackson Hole, no estado do Wyoming, nos Estados Unidos.

De acordo com o economista italiano, "um dos ingredientes essenciais para incrementar a produtividade é a abertura".

"O risco de protecionismo é particularmente agudo à luz das mudanças estruturais que as economias avançadas enfrentam", ressaltou.

Ainda segundo o presidente do BCE, o envelhecimento da população pressiona as finanças públicas.

Draghi disse que em 2025 haverá 35 pessoas com 65 anos ou mais para cada cem pessoas em idade de trabalhar nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em comparação com o patamar de 1950, que era de 14 pessoas.

Ao mesmo tempo, os níveis de dívida pública aumentaram nos países da OCDE de 56% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007 para 87% atualmente.

"Só o crescimento potencial mais elevado pode proporcionar uma solução duradoura", disse Draghi.

"Para fomentar uma economia global dinâmica, precisamos resistir aos desejos protecionistas", acrescentou.

O presidente do BCE disse ainda que organizações como a OMC "continuam sendo vitais para garantir que o comércio mundial seja justo e seguro".

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