Economia

Preços no mercado de energia caem 84% em um ano, diz Dcide

A maior retração foi nos preços dos contratos com duração trimestral, que acumulam baixa de 83,6% em 12 meses para energia convencional


	Energia elétrica: contratos de longo prazo, para fornecimento entre 2017 e 2020, tiveram baixa de 42% em um ano para fontes convencionais
 (Arquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Energia elétrica: contratos de longo prazo, para fornecimento entre 2017 e 2020, tiveram baixa de 42% em um ano para fontes convencionais (Arquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2016 às 15h45.

São Paulo - Os preços de contratos no mercado livre de energia elétrica do Brasil, em que grandes consumidores podem negociar o suprimento diretamente com geradores e comercializadoras, chegam a ter queda de mais de 80 por cento nos últimos 12 meses, disse a consultoria especializada Dcide em boletim nesta quarta-feira.

O patamar atual, o menor em quatro anos pressionado por uma recuperação das represas hidrelétricas, deixa pouco espaço para quedas adicionais apesar da fraqueza no consumo, afirmou à Reuters o diretor da consultoria, Patrick Hansesn.

"Hoje estamos com níveis de preço inferiores a janeiro de 2012, se considerarmos a inflação... tem mais espaço para subir, se houver uma piora da hidrologia, do que para quedas adicionais", disse.

A maior retração foi nos preços dos contratos com duração trimestral, que acumulam baixa de 83,6 por cento em doze meses para energia convencional, cotada agora a 63,50 reais por megawatt-hora, e 80,7 por cento para a energia de fontes renováveis, que tem preço médio de 77,11 reais por megawatt-hora.

Já os contratos de longo prazo, para fornecimento entre 2017 e 2020, tiveram baixa de 42 por cento em um ano para fontes convencionais, agora em 121,92 reais por megawatt-hora, enquanto o suprimento de fontes renováveis está cotado em 137,15 reais por megawatt-hora, com retração de 40,2 por cento.

"Desde metade do ano passado houve um ciclo de queda de preços de curto e longo prazo, em função principalmente da melhoria da situação hidrológica e também de uma queda na carga de energia", disse Hansen.

O especialista afirmou ainda que, como o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) já tocou o menor valor permitido pela legislação, de 30 reais por megawatt-hora, é possível que os contratos estejam próximos de um piso.

O PLD é utilizado no mercado de curto prazo de energia e influencia a precificação dos contratos de médio e longo prazo.

As projeções da Dcide são feitas com base em pesquisa junto a cerca de 35 empresas, entre geradores e comercializadoras de energia, afirmou Hansen.

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