Preços do varejo registram segunda maior alta do ano

O inverno, mais forte que em anos anteriores, continua pressionando a inflação do comércio varejista, sobretudo pelo aumento dos preços de roupas e alimentos in natura. Em junho, o Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou alta de 1,55% em relação a maio. Trata-se do segundo maior aumento do ano, atrás apenas de janeiro, quando o IPV foi de 1,67%. O índice é apurado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).

Os bens semiduráveis apresentaram aumento de 2,78% no mês passado, estimulados pelo reajuste de roupas (2,69%), tecidos (2,79%) e calçados (2,60%). Segundo a Fecomercio, o frio mais intenso deste ano, aliado aos prejuízos causados pelas baixas vendas em invernos passados, fez com que os comerciantes chegassem à nova estação com baixos estoques. Por isso, a elevada demanda está pressionando os preços.

Os bens não duráveis subiram 1,75% em junho, puxados pelos alimentos, que aumentaram 1,88%. A Fecomercio afima que o inverno está prejudicando o abastecimento de produtos in natura, como hortaliças, leite e derivados. Segundo a entidade, a tendência de alta no preço dos alimentos deve persistir nos próximos meses, devido ao início da entressafra da pecuária.

Os preços no comércio automotivo subiram 1,42% no mês passado, puxados pelas autopeças (3,67% de reajuste). No ano, as autopeças apresentam a segunda maior alta acumulada (19,14%), atrás dos produtos farmacêuticos (22,78%). Já os materiais de construção ficaram 0,89% mais caros no mês passado.

Os bens duráveis foram os únicos com deflação em junho (-0,30%). O desempenho foi afetado pelos preços dos eletrodomésticos, que caíram 0,57%. Já os móveis e objetos de decoração ficaram 0,38% mais caros.

O IPV acumula alta de 5,35% no ano e de 6,86% nos últimos 12 meses encerrados em junho. A pesquisa abrange de 130 a 160 produtos, divididos em 12 segmentos do comércio varejista. A Fecomercio elabora o índice desde 1992.