Diesel: Joice diz que não haverá política intervencionista
Na semana passada, Bolsonaro pediu que Petrobras não aumentasse preço do combustível, o que derrubou o valor de mercado da petrolífera em R$ 32 bilhões
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de abril de 2019 às 18h43.
Última atualização em 15 de abril de 2019 às 18h48.
Brasília — A líder do governo no Congresso Nacional, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), admitiu preocupação com o risco de uma nova greve de caminhoneiros no País e pregou que o Palácio do Planalto não recuse o diálogo com a categoria, ou estará "perdido". Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro agiu pessoalmente parar barrar um aumento no preço do combustível pela Petrobras , o que derrubou o valor de mercado da petrolífera em R$ 32 bilhões. Apesar disso, a congressista nega que o governo vá implementar uma política intervencionista na estatal.
"Não haverá política intervencionista nesse governo", afirmou Joice, ao chegar no Palácio do Planalto para reunião na Casa Civil. "Risco de tudo sempre há neste País. Não é bom para ninguém uma greve dos caminhoneiros. Todos saem no prejuízo, inclusive a categoria dos caminhoneiros. As últimas manifestações foram bastante duras para a própria categoria. Tudo se resolve no diálogo. A grande maioria dos caminhoneiros está com o governo. Se a gente tensionar de uma forma a excluir o diálogo... Aí estamos perdidos."
A deputada afirmou ser "totalmente liberal" e defendeu a livre regulação dos preços no mercado internacional, mas evitou criticar a decisão de Bolsonaro. Ela disse que o presidente manifestou preocupação com o tamanho do reajuste frente à inflação e outros indicadores econômicos. Segundo ela, Bolsonaro deseja saber se o aumento era justo e fazer ajustes. "Ele está tentando apertar um pouquinho um ou outro parafuso que está meio frouxo nessa questão dos combustíveis."
Joice creditou a decisão exclusivamente ao presidente, que se reúne neste momento com os ministros Bento Albuquerque, de Minas e Energia, Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, Paulo Guedes, da Economia, Santos Cruz, de Governo, Floriano Peixoto, da Secretaria-Geral, além de Joaquim Levy, presidente do BNDES, e de Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras.
"O presidente está tratando com cuidado e sabe o que faz. Sou absolutamente liberal, acho que o mercado tem que dar conta de si mesmo. Agora, o presidente é absolutamente responsável pelas decisões que tomou. Se ele tomou tal decisão, ele sabe o que está fazendo. Não cabe à líder do governo questionar uma decisão do presidente da República", afirmou Joice.