Economia

Passagem e gasolina fazem IPC-S desacelerar a 0,57% em dezembro, diz FGV

A desaceleração no IPC-S acompanha a inflação menor já medida em outros índices inflacionários importantes, e reafirma menor alta de preços no fim do ano

Avião: passagens tiveram alta menor em dezembro, mostra IPC-S (AFP/AFP)

Avião: passagens tiveram alta menor em dezembro, mostra IPC-S (AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 10h46.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), desacelerou a 0,57% em dezembro e ficou levemente abaixo das projeções do mercado, segundo divulgado nesta segunda-feira, 3.

O patamar menor vem após alta de 1,08% em novembro. No último mês do ano, foram registradas acelerações de preço menores em itens como gasolina e passagem aérea (veja abaixo o que mais subiu), o que contribui para a variação mais baixa medida no IPC-S.

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No acumulado de 2021, o indicador subiu 9,34%, muito superior à variação de 5,17% em 2020.

O resultado mensal veio abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, do grupo Estado, de 0,62% (com piso de 0,54% e teto de 0,83%). A taxa em 12 meses também foi menor do que a mediana do mercado, de 9,39%, com projeções entre 9,31% e 9,63%.

"A queda se deu como esperado pela estabilização dos preços dos combustíveis, em especial a gasolina que registrou queda de -0,36%", disse o economista André Perfeito, da Necton, em nota a clientes.

Expectativa de inflação menor em 2022

A desaceleração no IPC-S acompanha a inflação menor já medida em outros índices inflacionários importantes. O IPCA-15 de dezembro, prévia do principal índice inflacionário brasileiro medido pelo IBGE, ficou em 0,78% até meados do mês.

O índice fechado do mês ainda não foi divulgado, mas a expectativa é de variação menor após os 0,95% de alta em novembro (que já haviam ficado abaixo do mais de 1% esperado pelo mercado na ocasião).

Apesar da desaceleração na alta dos preços nas últimas semanas, no acumulado do ano, a inflação medida pelo IPCA deve ter terminado 2021 na casa dos 10%, o que não ocorria desde 2015.

Para 2022, a mediana das projeções dos analistas no boletim Focus, do Banco Central, é de alta de 5,03% no IPCA, metade do registrado em 2021.

A queda ocorrerá, na perspectiva dos analistas, diante da alta da taxa de juros, desemprego e produto interno bruto com previsão de crescimento quase nula em 2022. A expectativa é de desaceleração da economia e da demanda, levando à redução prevista na inflação.

Também nesta segunda-feira, o Focus trouxe nova queda na projeção de crescimento do PIB em 2022, agora em 0,4%. Algumas casas de análise já apostam em crescimento nulo.

O que subiu de preço

Das oito classes de despesa que compõem o IPC-S, cinco arrefeceram da terceira quadrissemana de dezembro para o fechamento do mês, com destaque para Transportes (1,08% para 0,28%), puxado pelo alívio da inflação de gasolina (1,77% para -0,36%).

  • Também houve desaceleração nas taxas de Educação, Leitura e Recreação (1,80% para 0,56%), devido à passagem aérea (9,94% para 2,84%);
  • Comunicação (0,05% para -0,08%), puxado por mensalidade para internet (-0,03% para -0,33%);
  • Despesas Diversas (0,12% para 0,11%), com alimentos para animais domésticos (0,88% para 0,73%).
  • Habitação desacelerou (1,15% para 1,10%), com alta menor na tarifa de eletricidade residencial (3,23% para 3,06%).

Nos itens individualmente, as principais pressões para baixo sobre o IPC-S de dezembro partiram de batata-inglesa (-12,40% para -15,31%), gasolina (1,77% para -0,36%) e tomate (-7,23% para -6,36%).

Etanol (0,91% para -2,00%) e leite tipo longa vida (-2,04% para -1,64%) também completam a lista.

Em contrapartida, a FGV apurou aceleração dos grupos Alimentação (0,59% para 0,72%), devido a frutas (7,17% para 9,34%); Vestuário (0,78% para 0,97%), puxado por calçados femininos (0,39% para 1,13%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,17% para 0,21%), com artigos de higiene e cuidado pessoal (0,08% para 0,27%).

As maiores influências de alta no indicador vieram de tarifa de eletricidade residencial (3,23% para 3,06%), passagem aérea (9,94% para 2,84%) e banana-prata (12,61% para 21 26%), seguidos por refeições em bares e restaurantes (0,80% para 1,04%) e automóvel novo (repetiu variação de 1,08%).

(Com Estadão Conteúdo)

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