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Para homem mais rico da Índia, Trump é mal que veio para o bem

Para o presidente da Reliance Industries, presidente americano pode ser daqueles males que vêm para o bem - mas outros analistas discordam

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Mukesh Ambani (World Economic Forum/Divulgação)

Mukesh Ambani (World Economic Forum/Divulgação)

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João Pedro Caleiro

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às, 13h16.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2017 às, 13h25.

São Paulo - Mukesh Ambani, presidente-executivo do conglomerado Reliance e homem mais rico da Índia, acredita que Donald Trump pode ser um mal que veio para o bem.

Em um fórum de liderança realizado ontem em Mumbai, ele explicou porque:

"Ele pode ser uma bênção disfarçada. Vai ajudar o talento indiano e a indústria de tecnologia da informação indiana a focar em resolver problemas na Índia. O mercado doméstico é enorme e fornece uma oportunidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas e deixar suas indústrias mais produtivas", disse segundo o jornal local Times of India.

A Índia é a grande economia que mais cresce no mundo. A projeção da consultoria PwC é que até 2050 ela ultrapasse os Estados Unidos em paridade de poder de compra e fique em segundo no ranking global, atrás apenas da China.

Uma da facetas desse sucesso é a indústria de tecnologia da informação, que cresce na faixa dos dois dígitos por ano e já responde por 9,5% do PIB indiano, segundo a India Brand Equity Foundation.

O país está em uma posição única para receber a operação de call centers, por exemplo, já que tem inglês como uma das línguas oficiais, custo de operação 3 a 4 vezes menor do que nos EUA e muita mão de obra disponível.

Mas isso também significa que muita gente qualificada acaba saindo do país em busca de melhores oportunidades e salários.

O fluxo de imigrantes qualificados fora da Índia subiu 370% entre 1990 e 2010 e já é o maior do mundo em números absolutos, segundo um estudo recente de economistas de Harvard, Banco Mundial e outras instituições.

"Muitas empresas de alta tecnologia tem times para recrutamento em escolas de engenharia na Índia e outros países em desenvolvimento", escrevem.

O programa de vistos H1-B1 permite a entrada desse perfil nos EUA, com validade de três anos e uma única possibilidade de renovação.

70% dos contemplados são indianos e o Brasil está em 6º lugar, segundo o Goldman Sachs.

O Vale do Silício faz a festa, contratando gente talentosa com salários menores, e é uma das maiores frentes de resistência aos ataques de Trump à imigração.

O presidente já criticou nominalmente o programa H1-B1, a Bloomberg teve acesso ao rascunho de uma ordem executiva que apertaria as regras e o Congresso já tem dois projetos nesse sentido.

Empresas indianas de TI, como a Wipro e a Infosys, tiram mais da metade de sua receita dos EUA e tem despencado na bolsa nesse cenário.

A lógica de Ambani parece ser de que uma restrição americana poderia conter a fuga de talentos, mas relatórios recentes de bancos como o Nomura veem muito mais custos do que oportunidades.

A Reliance Industries, presidida por Ambani, é basicamente uma empresa petroquímica mas também tem negócios em telecomunicações, mídia e varejo.

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