“O Brasil não está mal nessa foto”, diz Mantega sobre a inflação
Ministro da Fazenda participou do EXAME Fórum, em São Paulo
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2011 às 18h06.
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a redução dos juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi “muito importante” para a economia brasileira no atual contexto da crise internacional.
“O mercado está acreditando que os juros vão cair ainda mais. Isso tem uma influência no câmbio, que estava desregulado”, afirmou Mantega, que participou do EXAME Fórum, em São Paulo, ao lado do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, do consultor econômico e diretor da ARD Consultores Associados, Raul Velloso, e do presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau ( veja as declarações dos participantes do debate na próxima página ).
O ministro garantiu que o governo continuará cumprindo as metas de superávit primário, ajudando no controle inflacionário. “Vamos perseguir o resultado fiscal neste e nos próximos anos. O nosso desempenho do ponto de vista inflacionário é igual ou melhor do que o de outros países. O Brasil não está mal nessa foto.”
Guido Mantega salientou que a situação internacional vem se agravando e que a União Europeia, Estados Unidos e Japão não superaram até agora a crise de 2008.
“O baixo crescimento (nos países ricos) pode, no horizonte, se transformar em recessão. Esse é o cenário mais otimista. O mais pessimista é que o mundo mergulhe numa crise soberana que desencadeará uma nova crise financeira.” O ministro acha que o fundo europeu não é suficiente, mas poderá ser reforçado. “O mais difícil é o acordo político. O timing econômico não é o timing político.”
Mantega citou a capa da revista britânica The Economist desta semana que traz a foto de um buraco negro com a expressão “Tenha medo”, e destacou que o Brasil está sendo “invejado” pelos estrangeiros.
Sobre a alta do IPI para os automóveis importados, o ministro da Fazenda disse que o objetivo é estimular a inovação no Brasil. “Somos o quinto maior mercado consumidor de carros do mundo. As importações duplicaram desde 2008. Nós corremos o risco de que a indústria automobilística pare de investir porque o aumento da demanda é atendido por importados. Por isso, adotamos as medidas contra a concorrência predatória, incluindo a guerra cambial.”
Se a crise apertar, o governo promete não exagerar nos gastos. “Vou dar preferência para os estímulos monetários, que não custam nada e ainda reduzem a dívida do país”, afirmou Mantega.
Veja as principais declarações dos participantes durante o debate
Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau
“Nós temos uma caminhada enorme rumo ao Brasil competitivo. Precisamos de operários com formação igual à dos coreanos."
"País civilizado não cobra imposto sobre o crédito. Só existem dois trouxas que pegam dinheiro emprestado: o pobre, que não poupou, e o empresário, que é um sonhador."
"A burocracia mata.”
Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco
“Os empresários brasileiros já demonstraram capacidade de responder rapidamente a crises.”
“As nossas pesquisas constatam a redução da desigualdade social e regional. Há um dinamismo entusiasmante.”
“A janela do bônus demográfico um dia vai ser fechada. Nós temos de partir rapidamente para um novo modelo de previdência.”
Raul Velloso, consultor econômico e diretor da ARD Consultores Associados
“O setor de serviços não responde bem ao aumento de demanda e gera pressão inflacionária. O setor de serviços não responde bem porque dentro dele está o setor público, que gasta muito, poupa pouco e, consequentemente, investe pouco.”
“Se não atacarmos a ineficiência do setor público, vamos crescer pouco e ver o encolhimento da indústria.”
“Dizer que estamos melhor do que o mundo não é uma grande coisa, pois o mundo está um caos.”
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a redução dos juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi “muito importante” para a economia brasileira no atual contexto da crise internacional.
“O mercado está acreditando que os juros vão cair ainda mais. Isso tem uma influência no câmbio, que estava desregulado”, afirmou Mantega, que participou do EXAME Fórum, em São Paulo, ao lado do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, do consultor econômico e diretor da ARD Consultores Associados, Raul Velloso, e do presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau ( veja as declarações dos participantes do debate na próxima página ).
O ministro garantiu que o governo continuará cumprindo as metas de superávit primário, ajudando no controle inflacionário. “Vamos perseguir o resultado fiscal neste e nos próximos anos. O nosso desempenho do ponto de vista inflacionário é igual ou melhor do que o de outros países. O Brasil não está mal nessa foto.”
Guido Mantega salientou que a situação internacional vem se agravando e que a União Europeia, Estados Unidos e Japão não superaram até agora a crise de 2008.
“O baixo crescimento (nos países ricos) pode, no horizonte, se transformar em recessão. Esse é o cenário mais otimista. O mais pessimista é que o mundo mergulhe numa crise soberana que desencadeará uma nova crise financeira.” O ministro acha que o fundo europeu não é suficiente, mas poderá ser reforçado. “O mais difícil é o acordo político. O timing econômico não é o timing político.”
Mantega citou a capa da revista britânica The Economist desta semana que traz a foto de um buraco negro com a expressão “Tenha medo”, e destacou que o Brasil está sendo “invejado” pelos estrangeiros.
Sobre a alta do IPI para os automóveis importados, o ministro da Fazenda disse que o objetivo é estimular a inovação no Brasil. “Somos o quinto maior mercado consumidor de carros do mundo. As importações duplicaram desde 2008. Nós corremos o risco de que a indústria automobilística pare de investir porque o aumento da demanda é atendido por importados. Por isso, adotamos as medidas contra a concorrência predatória, incluindo a guerra cambial.”
Se a crise apertar, o governo promete não exagerar nos gastos. “Vou dar preferência para os estímulos monetários, que não custam nada e ainda reduzem a dívida do país”, afirmou Mantega.
Veja as principais declarações dos participantes durante o debate
Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau
“Nós temos uma caminhada enorme rumo ao Brasil competitivo. Precisamos de operários com formação igual à dos coreanos."
"País civilizado não cobra imposto sobre o crédito. Só existem dois trouxas que pegam dinheiro emprestado: o pobre, que não poupou, e o empresário, que é um sonhador."
"A burocracia mata.”
Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco
“Os empresários brasileiros já demonstraram capacidade de responder rapidamente a crises.”
“As nossas pesquisas constatam a redução da desigualdade social e regional. Há um dinamismo entusiasmante.”
“A janela do bônus demográfico um dia vai ser fechada. Nós temos de partir rapidamente para um novo modelo de previdência.”
Raul Velloso, consultor econômico e diretor da ARD Consultores Associados
“O setor de serviços não responde bem ao aumento de demanda e gera pressão inflacionária. O setor de serviços não responde bem porque dentro dele está o setor público, que gasta muito, poupa pouco e, consequentemente, investe pouco.”
“Se não atacarmos a ineficiência do setor público, vamos crescer pouco e ver o encolhimento da indústria.”
“Dizer que estamos melhor do que o mundo não é uma grande coisa, pois o mundo está um caos.”