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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.
Leia íntegra da entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva veiculada na manhã desta segunda-feira (22/8) ao programa Café com o Presidente na Rádio Nacional.
Rádio Nacional Olá amigos em todo o Brasil. Começa agora mais uma edição do Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Eu sou Luiz Fara Monteiro. Tudo bem, presidente?
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Tudo bem, Luiz.
Rádio Presidente, senhor acabou de se reunir com os ministros que compõem a coordenação política do governo. Que assuntos foram tratados na reunião?
Lula Olha, essa reunião foi feita porque amanhã eu tenho uma reunião, eu diria, muito pesada de orçamento para 2006. E você sabe que discutir orçamento é sempre muito complicado porque tem muita gente querendo mais dinheiro. E o dinheiro é limitado, então, tem que definir as nossas prioridades para poder fazer o orçamento mais justo e um orçamento que possa ser cumprido na sua totalidade. Então, eu antecipei a reunião para o domingo para discutir um pouco da situação política do país, para discutir a pauta da próxima semana. Participaram dessa reunião a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro Palocci (Fazenda), o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), o ministro Wagner (Relações Institucionais), o ministro Dulci (Secretaria-Geral) e o vice-presidente, José Alencar, que fazem parte da coordenação política.
Rádio Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Agora, presidente, o ministro Palocci sofreu uma acusação na semana passada e concedeu uma entrevista coletiva nesse domingo. O que o senhor achou da fala do ministro Palocci?
Lula Eu, primeiro, fiquei satisfeito com a declaração do Palocci. Eu acho que a resposta do Palocci mostrou, primeiro, a segurança de uma pessoa inocente. Segundo, mostrou a segurança de um homem que sabe que não vai permitir, em hipótese alguma, que a economia brasileira sofra qualquer abalo e eu acho que o Palocci deu a resposta que o Brasil precisava ouvir. Acho que ele mostrou a tranqüilidade de um homem que sabe o quer e, portanto, nós vamos tocar o barco. Veja, nós temos que pensar duas coisas. Primeira, todas as denúncias que acontecerem e tudo o que tiver, o Ministério Público, a Polícia Federal, o governo vai facilitar as apurações até porque essa crise é uma crise prolongada. A CPI está prevista para terminar no dia 15 de outubro. Depois, o processo vai para o Ministério Público, vai para o Poder Judiciário. Então, nós temos apenas que ter paciência e saber que o Brasil tem que ser tocado dia-a-dia.
Rádio Esse é o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. O senhor tem viajado bastante nos últimos dias. Como tem sido o contato com o povo nessas viagens, presidente?
Lula Eu acho que o povo tem me tratado com carinho, eu diria, excepcional. Eu tive uma semana muito atarefada porque tive que viajar a vários lugares. Fui inaugurar o Programa Luz para Todos em Vitória da Conquista (BA), porque já beneficiamos 1,3 milhão de pessoas com o programa Luz para Todos. Depois, nós fomos visitar o telecentro da IBM em Campinas (SP), depois fomos lançar a nossa Política Nacional de Esporte. Esta semana, vou continuar viajando. Então, acho que nós temos que distribuir tarefas, ou seja, tenho que fazer o que um presidente tem que fazer: administrar o país e viajar para inaugurar as obras que nós já realizamos. Os ministros têm que cuidar dos seus ministérios e continuar fazendo as políticas que tem que fazer. O Congresso tem que legislar e, ao mesmo tempo, o Congresso trabalhar com serenidade para apurar as denúncias que vão aparecendo nas CPIs. Eu acho que o povo brasileiro tem que ter tranqüilidade, é que nós estamos fazendo, pensando no futuro desse país e vamos trabalhar com muita tranqüilidade e com muita serenidade para que o Brasil não permita que a crise política mexa na economia, cause qualquer problema ao processo de crescimento que estamos tendo. Eu acho que os números são muito promissores. Eu acho que os números da economia me dão a garantia de que estamos no caminho certo. Quando tem essas crises, não há... Muitas vezes, as pessoas me ligam: Presidente, o salário mínimo, o Senado aprovou R$ 384 e por que o senhor não deixa R$ 384, está numa crise política. E eu respondo: por uma questão de responsabilidade, ou seja, o país não comportaria, a Previdência não comportaria. Graças a Deus, a Câmara fez o que tinha que ser feito e voltou o salário mínimo para R$ 300. Outro fala, por que não baixa os juros? Porque não é tarefa do presidente baixar os juros, é tarefa do Banco Central. Nós estamos tratando, eu vou repetir, tratando a economia brasileira, pensando no futuro promissor para o Brasil, para os próximos 10 ou 15 anos. Se a economia estiver sólida, os fundamentos estiverem sólidos e a economia tiver crescendo, gerando riqueza, gerando empregos, tudo vai ser melhor para o povo brasileiro. Essa é a minha preocupação e a esses assuntos é que eu vou me dedicar. Eu tenho mais um ano e pouco de mandato e eu quero trabalhar de forma incansável para que a economia brasileira cresça definitivamente de forma sustentável e que o povo brasileiro possa ter certeza de que o Brasil entrou no hall dos países responsáveis, dos países que estão crescendo a sua economia e dos países que estão fazendo justiça social. E esse é o meu objetivo, com essa determinação eu deito todo dia e levanto todo dia.
Rádio Obrigado pela entrevista, presidente e até o nosso próximo encontro.
Lula Obrigado a você, Luiz.
Rádio O Café com o Presidente volta daqui a 15 dias.