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Inflação responde a juros altos, mas Copom deve manter aumentos

Para economistas, o Comitê de Política Monetária aumentará a Selic pelo sexto mês consecutivo, passando a taxa de 18,25% para 18,75% ao ano

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.

O recuo da inflação em janeiro e a valorização do real frente ao dólar são insuficientes para o Banco Central (BC) descartar um novo aumento da taxa básica de juros, a Selic, nesta quarta-feira (16/2). Para Renata Heinemonn, economista do Banco Pátria, o BC ainda está preocupado com o andamento da atividade econômica, "que continua crescendo sobre bases já muito altas", e do núcleo de inflação, indicador que exclui as oscilações de preço mais abruptas e que está "estacionado no mesmo patamar, com forte alta dos preços do setor de serviços". Para Renata, não há portanto motivo para que o Comitê de Política Monetária (Copom) deixe de anunciar hoje osexto aumento consecutivo da Selic, passando a taxa de 18,25% ao ano para 18,75%.

O professor de macroeconomia do Ibmec São Paulo, Luca Borroni, também acredita em um novo aumento e afirma que, além de ter uma preocupação com a oscilação dos preços, o governo Lula tenta administrar os gargalos em infra-estrutura através de sua política monetária. "[A alta da taxa básica de juros] tem provocado uma desaceleração do ritmo de expansão da economia para evitar os gargalos em infra-estrutura, uma vez que eles não podem ser eliminados no médio prazo por falta de investimentos", afirma o professor.

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Os indicadores de preços na economia têm respondido aos aumentos dos juros pelo BC desde setembro, como mostra oarrefecimentodo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro. Entretanto, o patamar dos núcleos de inflação continua incompatível com a trajetória das metas, na avaliação da consultoria Tendências.

Os economistas da consultoria LCA acreditam que, no final de março, haverá uma desaceleração desses núcleos graças à diluição das pressões de mensalidades escolares, das tarifas de ônibus urbano em São Paulo e dos alimentos in natura. A desvalorização do dólar e a queda das cotações internacionais do petróleo e das commodities metálicas também deverão contribuir para a desaceleração dos preços no futuro.

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