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Inflação na Venezuela pode fechar em 1400% neste ano

O diretor da consultoria ainda estima que, até o fim de 2017, a queda do PIB será de entre 12% e 14%, devido à crise política

Inflação: a economia venezuelana recuou entre 36% e 40% nos últimos quatro anos, segundo consultores (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)
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AFP

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 18h14.

Com a intensificação da crise econômica venezuelana e uma queda de 14% do seu Produto Interno Bruto (PIB), a inflação do país poderia chegar a 1.400% em 2017, segundo estimativas da consultoria Ecoanalítica.

"A inflação acumulada desde setembro de 2016 está em 1.083%. Com um nível médio de 35% de inflação ao mês, vamos fechar com um recorde de 1.400%. É um cenário hiperinflacionário", disse à imprensa o economista Asdrúbal Oliveros no fórum "Para Onde Vai a Venezuela? Perspectivas 2018", organizado pela Ecoanalítica.

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Oliveros, diretor da consultoria, ainda estima que, até o fim de 2017, a queda do PIB será de entre 12% e 14%, devido à crise política que o país atravessa e à retração das importações.

A economia venezuelana recuou entre 36% e 40% nos últimos quatro anos, segundo consultores.

"Há uma queda do poder aquisitivo de 50%, cifra inédita. As famílias destinam mais de 80% de sua renda para comprar alimentos, um claro sinal de empobrecimento (...). Os maiores sinais da hiperinflação são a escassez de efetivos e a alta do dólar do mercado negro", explicou o economista.

O governo monopoliza as divisas desde 2003, por isso, parte da economia se rege pelo preço do mercado negro, onde um dólar custa cerca de 27 mil bolívares, oito vezes mais que a taxa oficial mais alta.

Oliveros também alertou para o risco de a Venezuela entrar em uma "moratória técnica" do pagamento de sua dívida de outubro e novembro, de 4 bilhões de dólares.

"A Venezuela fez importantes sacrifícios para pagar a dívida, reduzindo o nível de importações (...). Contudo, o perigo que vemos é o default técnico: que o governo tenha dificuldades para mover seu dinheiro", indicou.

O economista lembrou que a dívida do governo de Maduro e da petroleira estatal PDVSA para outubro e novembro não tem período de carência, por isso, qualquer demora no pagamento representaria uma "moratória técnica".

Maduro denunciou que, após as sanções financeiras dos Estados Unidos contra a Venezuela, houve atrasos no pagamento de importações de alimentos e medicamentos e, inclusive, alguns bancos se recusaram a receber o dinheiro.

Em 25 de agosto, os Estados Unidos proibiram "negociar nova dívida emitida pelo governo da Venezuela e sua empresa petroleira estatal", Petróleos de Venezuela (PDVSA).

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