Economia

Inflação, eleição e vencimento de dívidas levam dólar a R$ 3,94

O mercado de câmbio mantém a alta nesta quinta-feira. A moeda americana operou pressinada durante toda a manhã: oscilou entre a mínima de R$ 3,89 e a máxima de R$ 3,945, valor próximo ao recorde de 30 de setembro, de R$ 3,967 durante o dia. Por volta das 13h atingiu R$ 3,945, valorização de 1,94% […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h14.

O mercado de câmbio mantém a alta nesta quinta-feira. A moeda americana operou pressinada durante toda a manhã: oscilou entre a mínima de R$ 3,89 e a máxima de R$ 3,945, valor próximo ao recorde de 30 de setembro, de R$ 3,967 durante o dia. Por volta das 13h atingiu R$ 3,945, valorização de 1,94% em relação ao fechamento do dia anterior.

O quinta-feira apenas dá continuidade à instabilidade que o câmbio já registrou ontem, quando encerrou o dia a R$ 3,87, alta de 3,7%, a segunda maior cotação desde que o Plano Real foi lançado em julho de 1994.

A pressão cambial não tem um motivo isolado. O mercado reage, na verdade, a três fatores: as incertezas eleitorais e o clima de segundo turno, a rolagem de títulos cambiais do Banco Central e o receio de a inflação voltar a incomodar a economia brasileira. Diante das três razões, o mercado, assim como já ocorreu em setembro quando temia-se a vitória de Lula no primeiro turno, opta pela especulação.

A culpa é da eleição

Nesta quarta-feira, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, admitiu a crise financeira e culpou a falta de clareza da oposição pelas tensões do mercado financeiro, ao mesmo tempo em que eximiu o governo e o Banco Central da responsabilidade pelo quadro atual.

Segundo Fraga, o BC e o governo têm ações limitadas para combater o clima de medo existente no mercado. As turbulências, em sua avaliação, só poderão ser dirimidas quando houver mais clareza nas propostas apresentadas na campanha eleitoral.

Além do medo, o mercado financeiro está de olho no vencimento de títulos atrelados ao dólar do Banco Central no próximo dia 17. São mais de US$ 3,6 bilhões e quanto mais o dólar se valorizar agora, maior é a quantia em real que o BC terá de pagar para rolar a dívida.

A volta do dragão

O medo de ter a inflação de volta também tomou conta do mercado no início desta semana. Isto porque os índices de inflação de setembro superaram as expectativas dos analistas e colocando em xeque o cumprimento das metas inflacionárias do governo.

O IPCA, anunciado nesta quarta-feira, atingiu 0,72% em setembro, superando a previsão do mercado, de 0,63%. No acumulado do ano, o IPCA já registra 5,60%, um nível superior ao averiguado para o mesmo período do ano passado (5,35%). Nos últimos doze meses, o índice soma 7,93%, contra 7,46% nos doze meses anteriores.

Estabeleceu-se, portanto, uma perigosa espiral de causa e efeito na economia: a especulação no mercado cambial em setembro pressionou os preços e elevou a inflação no mês. E, agora, é exatamente esta alta da inflação um dos motivos para nova pressão cambial, o que pode levar a inflação a nova alta em outubro.

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