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Inércia inflacionária é responsável pela manutenção dos juros em 26,5%, diz BC

A queda lenta e os índices elevados de inflação foram os responsáveis pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manter pelo terceiro mês seguido a taxa de juros em 26,5%. "Na medida em que os índices de inflação ocorridos permanecem altos, ainda é prematuro concluir que a persistência inflacionária esteja definitivamente em queda […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

A queda lenta e os índices elevados de inflação foram os responsáveis pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manter pelo terceiro mês seguido a taxa de juros em 26,5%. "Na medida em que os índices de inflação ocorridos permanecem altos, ainda é prematuro concluir que a persistência inflacionária esteja definitivamente em queda e que o efeito da apreciação sobre os preços seja significativo. Nesse sentido, o Copom avalia que a consolidação da queda da inflação depende da manutenção do esforço no seu combate", afirmou o BC na ata da reunião divulgada nesta quinta-feira (29/5). Analistas avaliam que isso pode ser um recado do Banco Central, indicando a necessidade de juros altos e estáveis por mais um tempo.

Apesar da necessidade de se baixar a inflação para poder ter uma taxa de juros menos recessiva, o Copom avalia que as projeções para os reajustes do gás de botijão em 2003 subiram para 4,5%, devido ao aumento de 4,13% do preço ao consumidor ocorrida em abril, mês em que os preços cobrados pela Petrobras permaneceram inalterados. Já as projeções para os reajustes de preços da gasolina em 2003 estão em torno de 6%, já incorporando a redução de preços da gasolina do início de maio. As tarifas de energia elétrica residencial apresentaram nova queda nas projeções, somando 23,7% para 2003.

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Preços administrados e inércia inflacionária

Segundo o BC, considerando todos os preços administrados, com peso de 28,6% no IPCA de abril, o Copom projetou um aumento de 14,9% em 2003. "A projeção associada às hipóteses do cenário básico, que incluem a manutenção da taxa de juros em 26,5% ao ano e da taxa de câmbio em patamar próximo ao que prevalecia na véspera da reunião do Copom, resulta numa inflação acima da meta ajustada de 8,5%", afirma o BC em nota. E completa: "O Copom entende que a política monetária não deve sancionar reajustes de preços e salários baseados na inflação passada, dado o risco de se perpetuar a inflação em patamares elevados".

"Ao não comentar suas perspectivas para a inflação de 2004, o BC indica que ainda se preocupa com a inflação de 2003. O documento reforça nossa avaliação de que o Copom manterá os juros estáveis em 26,5% ao ano na próxima reunião do Copom (17 e 18 de junho)", avalia o CSFB em análise divulgada nesta quinta-feira. A ata assinala que, apesar da queda da inflação, ainda seria prematuro concluir que a persistência inflacionária esteja definitivamente em queda e que o efeito da apreciação sobre os preços seja significativo . Para o CSFB, uma maior certeza sobre a queda permanente da inércia inflacionária e sobre os efeitos positivos sobre a inflação da apreciação da taxa de câmbio não deve acontecer ainda em junho.

Cenário externo

O cenário externo instável também foi citado pelo Copom. "A recuperação econômica global continua na dependência da retomada mais firme da economia norte-americana, que ainda mostra sinais de fragilidade macroeconômica: retração de 0,5% na produção industrial em abril; 74,4% de uso da capacidade industrial instalada, menor nível desde 1983; recuo nas vendas no varejo; e ampliação do déficit comercial."

Além do fraco desempenho das economias industrializadas, as perspectivas do comércio mundial podem sofrer os efeitos da epidemia da Sars, que deverá afetar o crescimento da China e de outros países do Sudeste Asiático. "As cotações do petróleo continuam com elevada volatilidade, e a tendência de queda nos preços reverteu-se parcialmente após a aprovação da proposta de redução na produção por parte dos países integrantes da Opep, além das inquietações com a nova onda de atentados terroristas", afirma a ata.

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