O governo fez em abril a maior economia da história para pagar os juros da dívida. Segundo o banco Central (BC), o superávit primário do setor público chegou a 19,4 bilhões de reais no mês passado, o maior resultado desde que o valor começou a ser apurado pelo BC, em 1991.

A maior contribuição para que o aperto chegasse à essa cifra veio do governo central, que contribuiu com 16,3 bilhões de reais. Governos regionais e estatais conseguiram economizar, respectivamente, 2,1 bilhões e 1,1 bilhão de reais.

No ano, o superávit chega a 40,4 bilhões de reais, o equivalente a 6,36% do Produto Interno Bruto (PIB), valor inferior aos juros pagos pelo governo no mesmo período, de 57 bilhões de reais - 12,9 bilhões destes foram pagos em abril. No acumulado dos últimos doze meses, a economia soma 89,9 bilhões de reais, ou 4,54% do PIB, o que representa resultado acima da meta projetada para 2006, de 4,25%.

Já a dívida mobiliária federal caiu em 18,5 bilhões no mês, para 1,002 trilhão de reais. "Esse resultado reflete resgates líquidos de 27,8 bilhões de reais e incorporação de juros de 9,3 bilhões", afirmou o BC em nota.

Na composição da carteira de títulos, caiu a participação daqueles indexados ao câmbio, de 2,2% em março para 2,1% do total em abril, dos atrelados à taxa básica de juros (Selic), de 43,7% para 43%, e dos prefixados, de 27,5% para 25,8%. Cresceu apenas a quantidade de títulos vinculados a índices de preços, der 20,3% do total para 20,5%, devido a emissões líquidas de Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B).

Prevalecem ainda na carteira os títulos com vencimento a partir de janeiro de 2008: são 44,4%. Outros 29,3% da dívida mobiliária vencem em 2007, enquanto 26,2% têm prazo que se encerra entre maio e dezembro de 2006.

A dívida líquida do setor público ficou em 1,014 trilhão de reais em abril, equivalente a 51% do PIB. Contra março, o resultado representou uma ligeira queda, já que o mês passado havia registrado débito de 1,021 trilhão de reais. "Contribuíram para essa queda o superávit primário de R$ 19,4 bilhões e a apreciação cambial de 3,8% no mês", declarou o BC.