Governo economiza R$ 14,28 bilhões acima da meta fiscal
Segundo relatório do BC, o setor público acumula um superávit primário de 5,8% do PIB entre janeiro e agosto, acima da meta revisada de 4,5%
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.
O setor público reservou para o pagamento de juros 14,28 bilhões de reais acima da meta entre janeiro e agosto. Segundo nota do Banco Central (BC), o governo acumulou, nos primeiros oito meses do ano, um superávit fiscal de 63,7 bilhões de reais, o equivalente a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do período. A porcentagem está acima da meta inicial do governo, de economizar 4,25% do PIB neste ano, e também da meta revista nesta semana, de 4,5%. Os números também mostram uma aceleração do superávit, pois, no mesmo período do ano passado, a economia obtida foi de 49,3 bilhões, equivalentes a 5% do PIB.
Até agosto, todos os segmentos do setor público apresentaram superávit. O governo central registrou 43,4 bilhões de reais (4% do PIB); os estados e municípios, 13,2 bilhões (1,2% do PIB), e as empresas estatais, 7,1 bilhões (0,65% do PIB). Somente no mês passado, o superávit do setor público somou 10,9 bilhões, dos quais, o governo central gerou 3,8 bilhões; os governos regionais, 1,6 bilhão, e as estatais, 5,5 bilhões.
Outro sinal de que o aperto fiscal está ficando mais pesado é a aceleração do superávit também na comparação do acumulado de 12 meses. No período de 12 meses encerrado em agosto, o superávit do setor público foi de 80,6 bilhões de reais (4,9% do PIB), contra 74,6 bilhões no mesmo intervalo até julho (4,6% do PIB). Segundo o Banco Central (BC), o crescimento dos resultados reflete, principalmente, a maior arrecadação gerada pelo aumento do nível de atividade econômica.
Dívida mobiliária
A dívida mobiliária federal atingiu 761,8 bilhões de reais em agosto (43,8% do PIB). A cifra é 2,6 bilhões maior que a de julho. Pesaram a favor da redução da dívida, os resgates líquidos de 6,2 bilhões de reais e a redução de 1,9 bilhão, decorrente da apreciação cambial. Do outro lado, a dívida foi pressionada negativamente pela incorporação de 10,7 bilhões de reais em juros.
A participação dos títulos públicos indexados ao câmbio, já consideradas as operações de swap, caiu de 12,7% para 11,9% entre julho e agosto. A dívida remunerada pela Selic baixou de 48,7% para 48%. Já os títulos prefixados subiram de 13,7% para 15,1%. O prazo médio de vencimento dos papéis também recuou. Em julho, era de 12,2 meses e em agosto, passou para 12 meses.
A dívida líquida do setor público como um todo (união, estados, municípios e estatais) fechou agosto em 941,3 bilhões de reais (54,1% do PIB). O montante apresentou um pequeno recuo em relação a julho, quando estava em 845,7 bilhões (55% do PIB). Neste ano, a proporção dívida líquida/PIB baixou 4,6 pontos percentuais até o mês passado.